Ada Pedreira da Silva
Salvador / BA

 

 

Alano e o Natal

 

 

Alano era um menino observador. Terceiro Filho de uma prole de quatro, adorava ouvir historias, se encantando especialmente pelas do natal!
 Ainda bem pequeno, percebia a mudança de comportamento das pessoas na aproximação da época natalina: todos sem exceção sorriam mais, se abraçavam mais, se tornavam mais solidários, fraternos.
Ele via mais seus parentes, que iam às vezes somente nesta época visitá-los, e que sua família ia visitar também, ouvindo sempre palavras de esperança por dias e ano novo melhor, mais feliz, com mais prosperidade.
Ia mais a igreja e participava de confraternizações da escola, do trabalho dos pais, do condomínio, dos amigos dos pais e de sua família!
 Como era boa a época do natal!
 Alem disso vinha certamente mais calorosa com a chegada do verão, aquecendo ainda mais as almas e os corações!
Para ficarem ainda mais perfeitas, as festas vinham regadas de rabanadas, panetones e queijos, onde se empanturrava até não caber mais!
E assim ele sentia e entendia o espírito, que era resumido e distribuído pela frase: “Feliz Natal”!
Assim, Alano ficava muito eufórico e satisfeito ao desejar a todos um Feliz Natal!
Porém, Alano não desejava apenas até o dia 25 de dezembro, continuava a falar a todos, como um até logo ou tchau o Feliz Natal.
Passou-se Réveillon, carnaval, Páscoa, chegou o São João e Alano quando se despedia de alguém exclamava: Feliz Natal! Todos olhavam estranhando e passaram a comentar que o menino tinha algum distúrbio mental, será que não tinha noção que o natal tinha passado para continuar a dizer aquilo? E sua mãe começou a ficar envergonhada, e por mais que tentasse evitar, puxando-o ou falando adeus mais alto ele partia nos seus braços gritando: Feliz Natal!
O tempo se passou, Alano ia crescendo, e continuava a desejar a todos durante todo o ano Feliz Natal. Como era bom aluno na escola alguns passaram a achar aquilo excentricidade de personalidade. Outros se afastavam e continuavam a olhá-lo com preconceito.
Era Julho , chegara mais um aniversário e como já estava crescido sua mãe resolveu perguntar-lhe o porque daquela frase o ano inteiro, e ele respondeu:  Mãe, o Natal é a melhor época do ano, e você me ensinou que o Natal é o espírito de Cristo renascendo em nossos corações,  desejando que vivamos o amor que ele pregou,que devemos  amar ao próximo como a si mesmo, sermos mais fraternos, sem distinção! Por isso desejo a todos, todos os dias, um Feliz Natal, pois devemos ser assim todos os 365 dias do ano, e como é assim que me sinto, desejo para todos  o espírito Natalino também!
E sua mãe envergonhou-se de si mesma por nunca ter perguntado e enxergado toda a pureza e sabedoria do seu filho, e sentindo um imenso orgulho dele, abraçou-lhe e lhe desejou um Feliz Natal sentido do fundo do seu coração.                                                                       

 

 

 
 
Publicado no Livro "Contos que copiam os sonhos" - Edição 2018 - Novembro de 2018