Elizabeth Maria Chemin Bodanese
Pato Branco / PR

 

 

A voz do silêncio

 

Verdadeiros zumbis andavam pelas cidades...
Fones nos ouvidos, em todas as idades...
Cães, acariciados e de filhos chamados!
Infantes, pelos próprios pais abandonados!
Idosos, nos asilos inconformados!
Consumismo, liderado pela emoção,
Sem razão, induzindo o povo à depressão.

Não obstante, em março de 2020,
Um minúsculo vírus terrível
Penetra furtivamente nos seres
Rotulados inteligentes, munidos de poderes...
Ruas são esvaziadas... Portas lacradas.
Mãos separadas...
Pessoas queridas, doentes, afastadas.

De repente, do Universo, o Grande Arquiteto
Silencia tudo no mundo inquieto!
Surge um infinito céu luminosamente azul...
Mar de água cristalina há muito não vista!
Um peixe nada tranquilo... Silêncio...

Volta-se o homem para dentro
E reflete as suas ações por um momento.
O que tem plantado no mundo a ele confiado?
Egocêntrico, busca somente o prazer...
Depois, na mesma onda, a mutilação do corpo...
No final, tarde demais...
Terá aprendido na opção da vida uma lição?
Ou nada aprendeu? Não aprendeu, não.

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Dia Mundial da Poesia"- Edição 2020 - Julho de 2020