Maria Ioneida Lima Braga
Capanema / PA
Nossa canção
A canção chegou era manhã.
E a vida respondeu sorrindo com a alegria de amar, sonhar, viver.
Um sonho saboroso buscava gosto, bem mais além das nuvens.
E rescendia por sobre os cumes meu espiral de suspiros.
Era uma canção de paz de espírito.
Revigorando a alma e flamejava a aurora da vida.
A canção falava e eu calava extasiada, amando tanto,
Que era como se violinos vivessem espalhados por todos os cantos.
Era a canção dos sonhos, da esperança.
A canção da poesia, a poesia que fiz para nós.
O peito explodindo, fazendo do coração as vontades.
A vida sorrindo, abraçada num só olhar.
Quem vive em estado de amor, simplesmente faz a vida flutuar.
E no doce engano de ser dona do tempo, quando vi já era noite.
E a canção perdeu-se num rodopiar sereno como pena soprada pelo vento.
E no aconchego do silêncio.
A canção tornou-se apenas notas roucas.
Molhando às sombras o canto da boca.
Onde outrora foi o riso que levou meu coração ao céu.
E na brisa fria das madrugadas .
Invade a janela a nossa canção.
Queria poder defenestrar o sonho, mas não posso...
E assim como escuridão de cárcere tranco a sete chaves no coração.
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