Regulamentos Como publicar Lançamentos Quem somos Edições anteriores Como adquirir Entrevistas
ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 21 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


Luiz Carlos Martins

Entrevista concedida em 16/02/2008, pelo Presidente
do Conselho Editorial da CBJE, à jornalista
Rita Bremm, pesquisadora de
Programas de Inclusão Cultural, em Essen, Alemanha.



Rita – O que motivou a criação de uma Câmara de Jovens Escritores e que resultados práticos foram contabilizados ao longo desses vinte e um anos de existência?
Luiz – A idéia original era despertar no estudante o interesse pela leitura. Como fazer isso? Estimulando-o a escrever e publicando o seu texto em livro. E deu certo. O prazer de ver seu poema ou seu conto publicado num livro motivou muitos deles, hoje profissionais renomados, e que relatam a importância que teve aquela primeira “experiência literária” nas suas vidas.
Ao longo de vinte e um anos, publicamos mais de 20.000 “novos autores”. Alguns enveredaram pela Literatura e já são consagrados, outros seguiram caminhos diferentes. Mas o importante é que cada um deles, um dia, experimentou a sensação de ser um escritor de verdade.
Com o tempo, a Câmara absorveu um novo público, o de professores, jornalistas, médicos, advogados, enfim, toda uma gama de profissionais que, paralelamente às suas atividades acadêmicas, dedicam-se às Letras. E esse público já representa 95% dos nossos autores.

Rita - Vocês desenvolveram um sistema bastante original, muito parecido com a idéia cooperativista sem que, de fato, sejam uma cooperativa. Como vocês conseguem sobreviver sem patrocínio oficial e sem rateio de despesas?
Luiz – Se houvesse rateio de despesas, seria impossível tocar o projeto na freqüência que tocamos e alcançar a dimensão que alcançamos. Ao longo do tempo, habilitamo-nos a prestar uma série de outros serviços e são eles que cobrem grande parte das nossas despesas. Hoje estamos preparados para produzir livros com pequena tiragem – a partir de 30 exemplares - mas com excelente qualidade gráfica. E produzimos, em média, quarenta novos títulos por mês. Para chegar a esta marca, treinamos nosso pessoal nas diversas fases da produção livreira. Temos editores, redatores, diagramadores, capistas, enfim, toda a estrutura de uma grande editora comercial.

Rita – Quantas pessoas trabalham ou estão envolvidas diretamente na CBJE?
Luiz – Em expediente integral na sede, seis pessoas. Porém, contando-se o pessoal da avaliação e da gráfica, somos 25 profissionais.

Rita – Como você avalia a qualidade dos textos enviados pelos novos autores que se inscrevem nas seletivas da CBJE?
Luiz – De um modo geral, muito boa, claro que consideramos vários fatores como a idade e a escolaridade de cada um. É bom lembrar que não estamos procurando novos Quintanas nem novas Cecílias, mas sim abrindo espaço para que as pessoas se realizem, de fato, como poetas e escritores. Falo de uma coisa chamada auto-estima. Por outro lado, há de se registrar, também, que uma parcela bastante expressiva de ótimos autores, alguns já consagrados, usa a CBJE como meio para alcançar uma maior visibilidade e conquistar espaço no mercado editorial. Estes, participam regularmente das nossas antologias.

Rita – Os números da CBJE impressionam pela grandeza, principalmente por se tratar de uma instituição que promove a poesia e a literatura no Brasil, país considerado de terceiro mundo e com grande índice de analfabetismo. Você tem outros números importantes?
Luiz – Só nos últimos 9 anos, publicamos 225 antologias com novos autores. Isso, acho, é um recorde no Brasil. Já publicamos autores de 900 municípios brasileiros, 600 títulos de autores independentes (produções com pequena tiragem, a partir de 2005), tivemos (até onde temos notícia) mais de 1.200 citações em jornais e revistas, e já indicamos dezenas de autores para entrevistas em programas de televisão, pelo que somos constantemente contatados. Já publicamos autores brasileiros residentes em 18 países e autores estrangeiros de 8 países. Bem... acho que estamos fazendo a nossa parte na história.

Rita – Há limite de idade para ser um “Jovem” escritor na CBJE?
Luiz – Já publicados jovens de 6 a 92 anos, portanto...

Rita – E o que um jovem escritor deve fazer para ser publicado nas antologias da CBJE?
Luiz – Em primeiro lugar, ler atentamente os nossos regulamentos, tirar todas as suas dúvidas, visitar os diversos segmentos do nosso site e, só então, enviar a sua obra através do formulário apropriado, que está disponível em “Regulamentos”. É preciso deixar claro, que a proposta da CBJE é publicar em livro impresso as obras selecionadas. Nossas antologias on line – que publicam essas obras - são apenas meios para dar mais visibilidade ao autor. É por isso que pedimos sempre, que só enviem trabalhos para as nossas seletivas, autores que realmente desejam ter exemplares do livro onde está sendo publicado.
Uma obra selecionada e publicada nas nossas antologias demanda custo e trabalho. Só para da uma idéia, uma poesia enviada através do formulário, gera imediatamente várias cópias para os avaliadores, consome tinta, luz, tempo de leitura, de revisão, de atualização de site, de correspondência etc. Quando publicada, tem um custo gráfico que, dependendo do caso, supera até mesmo o preço do livro. Por isso pedimos (e reiteramos) que só participem aqueles que realmente querem ver a sua obra publicada.

Rita – A CBJE tem algum plano de expansão?
Luiz – Nosso site recebe entre 180 e 200 mil visitas/mês. Isso gera uma média de 500 emails(úteis)/dia, e já é difícil administrar estes números. Mas mesmo assim estamos sempre reformulando nossos procedimentos para atender melhor e qualificar mais o nosso trabalho. O site, com as novas antologias on line, com novos formulários e com nova paginação deve estar concluído dentro de um mês. E logo teremos mais novidades.

Rita – Fale um pouco sobre o Projeto Saber.
Luiz – Em 1972 fundamos um jornal – o Projeto Saber – com o objetivo de divulgar, principalmente para professores, novas técnicas pedagógicas. O sucesso foi grande já muitos profissionais não tinhma tempo nem condições para se atualizarem com as técnicas de aprendizagem acelerada desenvolvidas pelo Professor Georgi Lozanov, e isso incluía os mapas mentais de Tony Buzan, as teorias sobre opiniões de crenças do Dr. Le Bon e até mesmo a aplicação da auto-hipnose como recurso para vencer bloqueios mentais. O Projeto Saber, de certa forma, foi o precursor da CBJE. Hoje mantemos no nosso site um segmento destinado aos jovens e que trata especificamente sobre esses temas. Os textos foram compilados pela Professora de Pedagoga Fernanda Redon e são bastante didáticos.

Rita – Para terminar, você se considera um idealista?
Luiz – Ainda não tive tempo para pensar nisso; não sei se sou um idealista ou não. Faço porque gosto disso aqui, e gosto das pessoas que estão comigo nesta empreitada. Meus cabelos ficaram brancos aqui na Câmara, o que não deixa de ser uma vantagem, afinal, outros colegas aqui já “perderam” os seus.



Contato:luiz9999carlos@hotmail.com