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Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 21 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos. |
Marcos José Hansen Quem sou Batizaram me Marcos José. Hansen é herança do meu avô paterno. Hoje tenho 37 anos. Nascí e ainda vivo na cidade de Araras/SP, porém, é na vizinha Limeira que sempre desenvolvi minha vida profissional – sou formado em Serviço Social há 10 anos e, há 02, sou funcionário do Poder Judiciário paulista. Interesse pela poesia De família modesta, livros eram artigos raros na minha casa. A saída encontrada pela minha mãe para saciar meu interesse pela literatura foi me apresentar à Biblioteca Municipal. Depois de algum tempo mergulhado em livros sobre arqueologia e ufologia, e incentivado por uma crítica bastante elogiosa de uma professora de Língua Portuguesa a um texto meu, passei a me interessar um pouco mais por poesia – isto entre 13 e 14 anos. As descobertas foram lentas, mas extensas e cultivadas com paixão: Manuel Bandeira, Carlos Drummond; os “malditos” franceses, Baudelaire e Rimbaud; Pablo Neruda – muito querido; Willian Blake e escritores como Edgar Allan Poe e Oscar Wilde. O desejo de escrever A beleza das obras que conheci despertaram em mim o desejo – e o desafio – de escrever. Inicialmente, interpretei esse desejo como uma ousadia, uma afronta a todos esses gênios da literatura. Mas fui em frente - mais ou menos como um aluno que se esforça para aprender com os mestres e tenta fazer sua lição de casa. No entanto, me defino como um aluno preguiçoso, indisciplinado e descuidado. Meus poemas demoram muito tempo para serem concluídos – quando o são. Creio que não me dedique o suficiente a eles. Outro erro meu é confiar na memória. Bons poemas já se perderam em algum terreno baldio da minha cabeça. A CBJE A necessidade de avaliação dos meus escritos me levou a procurar por um espaço para troca de idéias e, quem sabe, publicação e a CBJE – feliz e quase acidental descoberta - foi o veículo mais adequado que eu encontrei para tanto. Numa noite dessas, num sábado solitário, procurando por sites de poesia na rede, deparei-me com o “sítio” da CBJE. Achado precioso. Oportunidade segura, séria de fazer os meus “poeminhas” conhecidos. Antes só havia publicado um poema – “Verão Eterno” - num concurso do Corredor Intermunicipal de Cultura – projeto que reúne algumas cidades da minha região. Compromisso com a realidade Geralmente, o que escrevo tem como inspiração diferentes temas do meu cotidiano: amores – correspondidos ou não -, críticas sociais e políticas. Personagens que cruzam meu caminho e contemplações – fragmentos desse mesmo cotidiano - também são fortes fontes de inspiração. Contudo, essa realidade concreta – de carne e osso – são coloridas, muitas vezes, por matizes metafóricas e simbolistas – influência dos já referidos “malditos” franceses. Entendo que a Arte não pode prescindir de um compromisso com a realidade – embora alguns artistas a busquem fora dela própria (rs). Acho que as formas de expressar esse compromisso, muitas vezes não tão diretas, explícitas e objetivas, podem ser interpretadas como ausência e/ou omissão, mas, em última análise, não acredito que exista Arte descompromissada. Elas são sempre frutos de nossos anseios e experiências cotidianas. Dentro dessa avaliação, um olhar mais amplo e atento sobre essa mesma realidade – como todas suas belezas e misérias – é imprescindível ao exercício poético. Exercício para os velhos mestres, bem como para os jovens aprendizes. “Esse rosto que cruza meu caminho, aquele corpo que carrega prazeres e pecados. Alguém que deixou de ser numa cidade que não escolheu. Um pôr-do-sol que a pressa fez esquecido. A fadiga de um amor muito distante ou tão perto que imobiliza. Essa indignação presa na garganta e o punho fechado que espera. Uma faca que rasga em silêncio e o tiro que silencia num estrondo. Viva a percepção! Esse é o primeiro texto que escrevo em 2 anos”. Contato:mjhansen71@yahoo.com.br |