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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 21 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


Milla Pereira

Quem sou eu
Sou nascida no Estado de Minas Gerais, registrada com o nome de minha avó paterna – MARIA EMILIA PEREIRA – (quando comecei a colocar meus textos na Internet, adotei o pseudônimo de MILLA PEREIRA, por ser o meu apelido mesmo – Milla). Vivi até os 20 anos naquela pequena cidade de Campina Verde, no extremo leste do Estado e, desde muito jovem, sonhava em vir para a cidade grande. Sou formada em Psicologia, pela Universidade São Marcos – São Paulo/SP. Aposentada do Serviço Público Estadual – Governo do Estado de São Paulo – trabalhei em Hotelaria, montei e ministrei Curso de Capacitação Profissional – na área hoteleira – e, atualmente, dedico-me apenas ao meu hobby da Escrita. Dedico-me a ser feliz.

Como surgiu em mim, a Literatura
A poesia surgiu muito precocemente em minha vida, aos 10 anos de idade, quando o Governo do Estado de Minas Gerais, instituiu o “Dia da Ave”, abrindo um concurso, aos estudantes de Primeira Série, das Escolas Públicas daquele Estado. Deveríamos escrever uma Redação falando sobre o tema proposto : “As aves”. Fui inscrita por minha Professora de Língua Portuguesa, devido ao meu bom desempenho na referida matéria. Escrevi uma Poesia “As aves” e obtive a nota máxima, ganhando o Concurso. Quando, adolescente, fui trabalhar no Posto de saúde da cidade, nas horas vagas, assaltava a Biblioteca de Dr. Ademar ( o médico-chefe) e lia tudo, principalmente Castro Alves, o meu ídolo maior! Assim, pegava lápis e papel e já desenhava as primeiras linhas de um Soneto. Li, em um único dia, “A vida de Oscar Wilde – que muito me impressionou, na época ( eu tinha apenas 15 anos). Lia Drummond, Gonçalves Dias e tantos outros, que fui tomando gosto por escrever.

Um dom
Escrever é um dom, não tenho nenhuma dúvida. Não se ensina ninguém a escrever, mas esse dom é, certamente, aprimorado, com o passar do tempo, com estudos e pesquisas. Aprendemos a cada dia. O hábito de escrever torna-se uma necessidade, à medida em que essa prática nos faz bem e nos sentimos vazios, quando não o fazemos. Não passo um dia sequer sem que eu escreva algo. Ando com meu bloquinho de notas à tiracolo, onde quer que eu vá. Escrevo em qualquer local – mesmo caminhando.

Sem arte, não há sentido
Considero que seja Arte, tudo o que demonstra beleza. Tudo o que não foge aos olhos do bom observador e lhe dá uma visão geral da vida, da natureza e do amor! Arte é Vida! Sem ela, não há sentido!

O compromisso de escrever
Há Autores e Autores, isso é muito pessoal e cada um tem uma linha e um lema. O meu, é retratar, em minha Obra, um pouco de tudo: minha vivência pessoal, bordada em fantasia, e a vida, em geral, que observo e tomo conhecimento, através de relatos ou de meu interesse em observar e tentar chegar ao âmago das coisas e não apenas presenciar os fatos, superficialmente. Nem tudo o que escrevo faz referência a minha pessoa, a minha verdade. Gosto de escrever sobre o cotidiano, sobre amores em geral, com a visão poética que tenho.
O Autor, não deve estar comprometido apenas com a arte de escrever, ou, pior, só visando lucros. Escritor é um formador de opiniões e pode – e deve – estar comprometido com a realidade, não só com a arte. As poesias de cunho social são um bom exemplo disso.

Autores que me impressionam
Eu leio um pouco de tudo e gosto de tudo um pouco. É como música, independente do estilo, tem que ser boa. Assim é o Livro. Tem que ser bem escrito, linguagem clara – não rebuscada. Existem alguns que me impressionaram muito e que reli, mais de uma vez. Como “Tia Julia e o Escrevinhador – de Mario Vargas Llosa. Três alqueires e uma Vaca , De Gustavo Corção, escritos na década de 50 que, logo depois escreveu “Lições do Abismo, – Escritor que muito me impressionou, por seu estili ensaísta, e tantos outros,. Atualmente, li – e reli – “Mulheres de Aço e de Flores”. O Autor – Fábio de Melo - é um Padre, Mineiro, da cidade de Formiga. O Livro tem capítulos, em forma de Crônicas, cada uma contando a história de mulheres em diferentes situações e estilos de vida das pequenas cidades. Uma ótima leitura.

A CBJE
Conheci a CBJE, ao acaso, pela Internet e participei de algumas de suas Antologias, antes de publicar o meu livro “ DE POEMAS E SONETOS” ao qual, todos os que o tiveram em mãos – Escritores, inclusive – elogiaram a sua boa apresentação, o trabalho de esmero da Editora. Não tenho a menor dúvida de que a CBJE teve – e tem – um papel fundamental em meu crescimento como Autora. Através de suas Antologias e, agora, com a edição de meu Livro, tornei-me muito mais conhecida, como Escritora, Poetisa e como pessoa. O seu compromisso de ajudar novos Autores a publicarem suas Obras, mesmo sem maiores condições financeiras par tanto, é louvável.
Agradeço a cada dia aos idealizadores e às pessoas que lá trabalham.

Aos novos autores
Sempre digo aos que estão começando que nunca deixem de estudar, se aprimorem, leiam bons Autores, estudem a Gramática, pois não é raro lermos bons textos por aí, com graves erros gramaticais, de concordância verbal, inclusive. E, como eu disse no início, o Escritor é um formador de opiniões e deve ter muito cuidado com o que passa aos seus leitores. E, principalmente, cultivem a humildade de não se acharem os melhores, onde quer que escrevam, respeitando os seus colegas de letras. A humildade abre mais portas do que se possa imaginar. Deixe que os outros os elogiem, mas não faça isso. Além de soar antipático, é falta de ética.

Deixo, para terminar essa grata Entrevista – a que agradeço o terem, gentilmente me convidado a participar – um de meus últimos textos escritos, um pouco auto-biográfico:
O TEMPO PASSA!

O tempo passa...
Ao revés de nossa vontade
Contrapondo-se aos nossos sonhos
Caminhando contra o vento
Combatendo as tempestades.
O que ontem tinha o doce sabor do mel
Hoje, em nossa boca, amarga como fel!

O tempo passa...
Segue por trilhas estranhas
Ao inverso de nossos planos.
Passa por nossos acertos,
Por nossos erros e enganos!

Quisera eu...
Segurar o tempo em minhas mãos
Qual se me fora possível
Como um deus, ou um mágico!
Que ele se estagnasse em mim
Em bons momentos vividos
Em sentimentos repetidos
E aí, encontrasse o meu fim!

Enquanto o tempo passa
Posso ouvir meu coração
Cantar essa doce canção
- El tiempo pasa.... –
Sem que eu pudesse conhecer
O lado obscuro de minha existência
Que não encontrei, na ausência
De todo o meu ser!

O tempo passa...
Arrastando-se, lentamente
Quando tenho pressa de chegar
E corre, frio e implacável
Porquanto necessito pensar.
Contudo, o tempo urge,
Sem que eu possa detê-lo,
Sem piedade, inexorável
Quando eu preciso tê-lo!

O tempo passa...
E eu colherei os frutos de meu plantio
No sol, na chuva, no frio!
Passa o tempo...passam os amores.
As emoções permanecem
A saudade se eterniza
Provocando, em mim,
Todas as dores!

O tempo passa...
Tenho que correr
Se quiser alcançá-lo...
Não posso ficar aqui, sentar-me...
Para esperá-lo!


Contato:millapereira83@yahoo.com.br


Milla lançou em 2008,
pela CBJE, seu livro
"De Poemas e Sonetos"