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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 22 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


Helio Sena

Quem sou eu
Hélio e Sena são meus nomes intermediários entre o Francisco e o Brito. Decidi me assinar desse jeito por causa de um professor de História lá no Ensino Médio. Até então, eu era Hélio Brito. Mas aí veio esse tal professor e começou a me chamar de Hélio Sena. Daí a pouco, todos os meus colegas o imitavam. Eu fui me acostumando e a coisa pegou de vez. Hoje, já não me imagino usando um pseudônimo – como desejei no início –, por achar Hélio um nome de pronúncia fraca; descobri que o significado é bom à beça. Hélio vem do grego. Quer dizer Sol. Se não me engano, juventude também. Sendo assim, deixa estar, não é mesmo?
Moro entre serras. Zona Norte do Ceará. O lugar é pequeno e se chama Padre Linhares. É Distrito de Massapê, cidade que fica a 24 km de nós. Aqui temos uma igreja, uma praça, uma escola, dois times de futebol, um açude e uma queda d’água – nosso principal cartão-postal – chamada bica do Ipu... Gosto imenso de morar aqui. É tranqüilo. O ar é puro. As cigarras cantam no verão. Os sapinhos fazem orquestra no inverno. O defeito daqui é não ter mais emprego pras pessoas. A maioria sobrevive da agricultura. Eu trabalho para a Prefeitura. Dou aulas de Português e Inglês para uma garotada esperta que lê/ouve meus contos e poemas em primeira mão. E elogia. E diz quando não gosta, também... Tenho muito carinho pelos meus alunos. Hoje, aos 33 anos e depois de tantos anos no magistério, estou plenamente convicto de que amo o que faço – apesar, claro, de todas as aperturas da nossa profissão.

A literatura em minha vida
Mal virei leitor, e logo quis ser escritor. O ano era 1989. Eu estava na 6ª. série. A professora de Português mandou que a gente lesse um livro – qualquer um – para uma ficha de leitura. Então li Meus Verdes Anos, de José Lins do Rego. O livro – o primeiro romance que eu leria na minha vida – me comoveu muito; fiquei fascinado. E aí botei na cabeça que também deveria escrever uma história. E de fato escrevi. Cerca de trinta folhas de caderno grande, dum lado e do outro. A história era sobre um jabuti e suas andanças pelo mundo. É tudo que lembro. Que fim levou essa história, eu não faço a menor idéia.
Bom, aí desatei a ler. Lia muitíssimo, escrevia quase nada. Só muitos anos depois, quando já estava na faculdade, senti ganas de escrever com mais afinco. Foi depois que uma pequena crônica minha foi selecionada num festival do Maranhão – o qual tive o prazer de vencer, anos depois, com um poema que ficou em terceiro lugar. Desde então, escrevo sempre – embora às vezes passe meses sem bolar mais do que uma única paginazinha...
Uma outra etapa importante da minha jornada de aspirante a escritor (ocorrida mais ou menos na mesma época daquela crônica do Maranhão) se deu quando, meio casualmente, passei a ler Drummond. Foi amor à primeira palavra. Nascia aí, de verdade, meu interesse pela poesia. Até então, eu concentrava quase toda minha atenção nos contos e romances que lia. Gostava do texto em prosa, escrevia prosa, a poesia ficava em segundo plano. Hoje, os poemas constituem a maior parte do que escrevi e escrevo. Devo isso a Drummond, com certeza.


Relação minha vida / minha obra
Ainda não publiquei nenhum livro, mas tenho alguns contos e crônicas publicados na CBJE e em outros sites da Internet. A relação de minha vida com a minha obra eu defino como interligada, pois tudo que escrevo tem a ver com minha vida, com o meu trabalho ou com alguém do meu relacionamento.

Autores preferidos
Já citei José Lins, Drummond... Acrescento Assis Brasil, Autran Dourado, Luiz Vilela, Lygia Fagundes Telles, Rachel de Queiroz, Manuel Bandeira, Mário Quintana, Cecília Meireles... Meu Deus, são tantos! E o Dalton Trevisan, hem? Sensacional! Aprendo muito com esse danado lá de Curitiba.

A CBJE
Tomei conhecimento da CBJE através de uma velha e querida amiga, a Lidu.. Ela me falou das seletivas, e então pedi que ela inscrevesse um poema meu. Que não foi selecionado. Fiquei muito triste... Dei tempo ao tempo e só muito recentemente me aventurei a mandar novos escritos. O resultado não poderia ser melhor: em apenas dois meses, tive quatro poemas e um conto aprovados! Bom demais, né? Ainda estou pulando de alegria!

Para quem está começando
COMEÇAR, ESCREVER, SONHAR...
Não acho que escrever seja uma tarefa fácil. Pra mim, pelo menos, não é. Escrevo, mas principalmente reescrevo. Quem deseja ser escritor deve estar disposto a travar uma luta com as palavras; e não fazer desta uma luta feia, onde às vezes um sai ileso e o outro ferido – ou os dois feridos. Não! É preciso carpir o texto pacientemente, amorosamente, experimentar outras formas de expressão, dialogar com as palavras, se emocionar com elas e emocionar algum leitor por aí... Então, amigos, mãos à obra!
Viver é sonhar. Sonhar é viver. Poder... é querer!


Contato: heliosena@rocketmail.com