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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 23 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


Nena Medeiros

Quem é você?
Perguntinha difícil... Quem sou eu? Um ser paradoxal, diferente e igual, complexo e simples, monolítico e multifacetado. Mulher. E como tal, poliédrica. Cada face voltada a uma de minhas tantas paixões. Talvez uma boa forma de me descrever seja esta. Falar de minhas paixões:
Sou apaixonada pela vida. Feliz, por opção. Decidida, segura de que meu destino, escrevo eu. Sou carioca, casada, sem filhos, capaz de me derreter pelo brilho da lua cheia, de rir como criança de uma travessura, de sorrir como encantada pelo vôo de uma borboleta, o desabrochar de uma flor. Capaz de extasiar-me diante da força do homem, de sua inteligência, sua ingenuidade ou sua fé.
Sou apaixonada pela família: marido, mãe, pai, irmãos, sogros, cunhados, sobrinhos, namorados dos sobrinhos, tios, primos... E amigos, que são a família que a gente escolhe.
Sou apaixonada pelo trabalho, pelo que faço. Sou analista de sistemas e gerente de projetos.
Sou apaixonada por arte. Quando nasci em abril de 1967, já tinha nome artístico: Nena Medeiros, presente do meu pai. Dele, ganhei também o amor pelas palavras, pela música e o teatro. Eu e ele amadores, eu e ele amantes da arte vivenciada nas horas vagas dos nossos dias cheios. Já cantei em banda, em coral, em coro de câmara, em boteco. Fiz três anos de faculdade de teatro e por conta dela subi aos palcos algumas vezes. Ainda sonho em tocar violão e teclado, mas falta-me a disciplina para arte tão exigente por dedicação e tempo. Encantada pela magia de moldar sentimentos em palavras, escrevo. Desde sempre, eu acho. Publico no Recanto das Letras e, só lá, tenho 461 textos registrados: contos, crônicas, poesias, piadas...
Sou apaixonada pela natureza, animais, plantas, água, céu, fogo, tempestades e calmarias... Seis cadelas e alguns peixes compõem o que chamo de “minha prole”. Atuo como voluntária na Proanima, ONG de proteção animal em Brasília. Amo os bichos. Domésticos ou selvagens... Tenho por convicção que falta um quê de ternura a quem não consegue sorrir diante de um beija-flor, de um golfinho ou mesmo de uma laboriosa formiga. Falta um muito de alegria a quem não se enaltece com o desabrochar de uma flor.
Sou apaixonada por esportes. Gosto de assistir e de praticar. Meu corpo é meu templo e a melhor forma de cuidar dele é exercitando-o. Jogo tênis há pouco mais de dez anos. Faço ioga. Também gosto de nadar e correr, mas os meus dias andam curtos para isso.
Sou apaixonada por Brasília. Vivendo aqui há quase quarenta anos, não precisei de muitos deles para amar a capital do país. Tenho orgulho de ser carioca, acho que apesar de tudo o Rio de Janeiro continua lindo, mas hoje sou candanga de coração.
Sou apaixonada pelo Brasil. Um amor bandido, cheio de dúvidas e esperanças, mas que não vai acabar jamais.

Como e quando você começou a se interessar por Literatura?
Desde que juntei "a" e "b" pela primeira vez. Sempre li muito. Minhas carteirinhas da biblioteca tinham que ser renovadas várias vezes no ano.

Como é a relação que você identifica entre a sua vida e a sua obra?
Minha paixões passeiam pelos meus textos, às vezes em trajes de gala, mormente em pijamas e pantufas. Ainda na escola, escrevi meu primeiro poema. Não o tenho mais, mas lembro que ele falava de nossa pequenez diante do universo, terminava mais ou menos assim:
Eu? Sou da terra, poeirinha.
Foi um marco na minha vida pois foi muito aclamado na escola e em casa. Isso me incentivou demais. Por mais que digam que o artista não precisa de platéia, eu ainda penso que o aplauso é o alimento da criatividade.
Na adolescência escrevi muito, poemas sobre amores rasgados e não correspondidos. Eu era muito visceral, escrevia sobre meus próprios sentimentos, era incapaz de produzir ficção. Depois que comecei a escrever com frequência, passei a me exigir mais. E aprendi a diferenciar-me de minhas personagens.

Quais são seus autores preferidos?
Não gosto de listar favoritos. Sempre acabamos deixando alguém de fora. Gosto de tudo o que é bom. Grandes clássicos ou autores mais populares que conseguem prender nossa atenção, seduzir o leitor com clareza ou beleza, de preferência os dois. Que surpreendem, que fazem sorrir ou que emocionam. Dentre eles há ícones da literatura nacional e mundial e há ilustres desconhecidos. Todos são meus favoritos.

Como você conheceu a CBJE e como você vê nossa atuação em relação aos jovens autores brasileiros?
Recebi a indicação de uma amiga, a quem sou muito grata. Posso afirmar, por experiência própria, que a CBJE abre muitas portas para o escritor iniciante. Foi por meio das Antologias de Contos e Poesias da editora que consegui me ver em preto e branco, pela primeira vez na vida.

Você hoje (2/03/2010) já ostenta uma estrelinha prateada no site da CBJE. Como foi a sensação de alcançar as 5000 leituras em 3 meses?
Fantástica. Escrevi sobre isso. Façamos as contas: cinco mil leituras, em quatro textos. Se somar meus cinco textos mais bem lidos, desde que entrei no Recanto das Letras em março de 2008, não dá isso. São mil duzentas e cinquenta leituras por texto. Somadas as edições impressas e... Uau! Virei “best seller”. Sei que parece muito cacarejo para pouco ovo. Mas para mim, escritora amadora, quase iniciante, qualquer par de olhos que me visite merece sentar-se em meu sofá, pôr os pés na mesa de centro e esperar o cafezinho com pão de queijo quentinho, assado na hora. É um prazer enorme recebê-los.

Que conselho você daria aos que estão começando na carreira?
Começar, antes de mais nada. Qualquer caminhada começa com o primeiro passo. Ler muito e escrever ainda mais. Escrever qualquer coisa, sobre qualquer assunto. Abrir um livro a esmo, retirar dele uma frase aleatória e escrever sobre ela, a partir dela... Mostrar aos amigos, publicar em blogs, em sites especializados, no jornalzinho da escola. Essa experiência dará o retorno necessário para que se defina seu estilo, para que se tenha consciência do que agrada e do que não agrada. Mas não siga qualquer opinião. Observe mais atentamente aquelas vindas de pessoas que você respeita e admira. Participe de concursos literários. Não lamente não vencê-los. Procure conhecer os trabalhos vencedores e entender porque eles foram considerados melhores do que os seus.
Mais do que isso, não poderia dizer. Estou neste ponto da minha caminhada. Ela me tem sido sorridente e feliz, portanto, parece-me que eu estou tomando os caminhos certos.


Contato: nena.medeiros@gmail.com