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Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 23 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos. |
João Francisco Lins Maciel Borges Quem é você? Meu nome completo é João Francisco Lins Maciel Borges, mas, para todos, só João Francisco. Sou filho de paraense com gaúcho. Nasci em Rio Branco/AC, tendo saído de lá com dois anos de idade e para onde jamais retornei. Moro atualmente em Belém/PA, embora já tenha residido em Macapá/AP, Fortaleza/CE, Brasília/DF, São Borja/RS e Salvador/BA. Tenho 62 anos de idade, sou casado há 35 anos com minha querida Odiléa Sandra, que tive a graça divina de conhecê-la quando foi minha aluna de português. Tenho três amados filhos (Francisco, Kamila e Júlio Cézar) e o netinho Davi (com três meses). Exerço a advocacia criminal (cobro dos que podem pagar. Para os pobres, injustiçados e oprimidos, trabalho, com o mesmo prazer e ideal, sem recompensa financeira alguma). Sou formado em acordeão e teoria musical pela Academia de Música Alencar Terra, mas também “arranho”, por teimosia e conta própria, teclado, sax e violão. Como e quando você começou a se interessar por Literatura? Comecei a rabiscar uns versinhos, aos quatorze anos, quando ainda cursava o ginásio, ocasião em que fui “apresentado” ao grande escritor cearense José de Alencar que, juntamente com meu “muito prazer”, devorei, pela ordem, Iracema, O Guarani e Ubirajara, e, posteriormente, muitos outros. Como desejava fazer Direito, fui para o Curso Clássico, oportunidade em que tive contato com os grandes expoentes das literaturas brasileira, portuguesa, inglesa e francesa. Produzi letras e melodias, principalmente de sátiras políticas. Participei, como acordeonista e compositor do Grupo de Arte Nativa Tertúlia (São Borja/RS), de alguns festivais de música no Rio Grande do Sul, sendo premiado em terceiro lugar na linha folclórica do Festival de Música e Poesia de Itaqui/RS (1983), cuja composição foi gravada em vinil e, no ano passado, em CD. Gostaria de ser um escritor, mas não passo de um eterno aprendiz. Como é a relação que você identifica entre a sua vida e a sua obra? Não resta dúvida de que vida e obra se entrelaçam. Ainda que momentaneamente, uma é o resultado da outra. A escrita nada mais é do que a materialização da vida mental (consciente e inconsciente) do seu autor, além da apreensão das diversas culturas que mais se identificar. Comigo se deu assim. Identifico-me tanto com a cultura campesina gaúcha quanto com a do caboclo amazônico. Quais são seus autores preferidos? Em primeiro lugar, José de Alencar, por sua cultura e por seu universo literário (urbanista, regionalista, indigenista, histórico, além do teatro). Gosto também de João de Jesus Paes Loureiro, intelectual e poeta paraense, que foi meu professor de Literatura Brasileira. Os contos de Edgar Allan Poe. A poetisa Cecília Meireles, com quem me identifico pela intimidade que temos com a morte. A poesia gaúcha de Jayme Caetano Braun. E, por último, fora de qualquer faceta político-ideológica, considero a obra “A História Me Absolverá”, do inteligentíssimo Fidel Castro, a mais importante obra histórica do período que antecedeu à Revolução Cubana e a mais completa peça de defesa criminal que tive o privilégio de ler - uma verdadeira obra-prima, levando-se em consideração que lhe privaram de ler o processo do qual estava sendo acusado. Como você conheceu a CBJE e como você vê nossa atuação em relação aos jovens autores brasileiros? Meu filho Francisco Borges Neto, com muito júbilo, me falou da CJBE como importante espaço destinado à divulgação de jovens autores brasileiros desconhecidos que ainda não tiveram oportunidade de mostrar sua obra. Acessei o sítio da CBJE e, de fato, constatei da sua importância para a literatura nacional. Quero, nesta oportunidade, parabenizar todos os que idealizaram e criaram a CBJE, na pessoa do entusiasta Luiz Carlos Martins, e dizer que assim também se faz política social e cultural em prol do desenvolvimento do nosso Brasil. Que conselho você daria aos que estão começando na carreira? Para se ter sucesso em qualquer atividade, é preciso, antes de tudo, vontade e persistência para transpor todos os obstáculos que, com certeza, irão aparecer. Na arte, aí incluindo a literatura, não é diferente. O item leitura é muito importante para o enriquecimento vocabular, concatenação de idéias e estilo. O resto vem com o que chamamos de inspiração, que nada mais é do que a alegria e a motivação de escrever. Contato: jfmabor@gmail.com |