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| Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 23 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos. |
Rosimeire Aparecida de Sousa
Quem sou eu
Difícil de responder. Sou aquela que sonha, que fantasia, que cria, recria, que encanta e desencanta. Resido atualmente no município de Martinópolis, interior do estado de São Paulo. Nascida na pequena e acolhedora cidade de Presidente Bernardes, de onde tenho excelente recordação da minha infância e dos primeiros anos de minha vida, foi lá que tive meus iniciais ímpetos e lampejos no mundo da escrita. Ao longo do meu crescimento, estive também residindo em Lençóis Paulista/SP, Campo Mourão/PR, Osvaldo Cruz/SP, Tupã/SP até chegar em Martinópolis, onde hoje estou. Muito do que sou devo aos meus pais: Paulo e Cida, sou muito família, apaixonada pelos meus: irmãs: Rosangela e Ana Paula, cunhados: Odair e Cláudio e aos pequenos sobrinhos Paulo Henrique, Maycon, Isabelle e Lara. Mas gostaria de citar uma pessoa que sempre me foi muito cara e especial, a minha bisavó Maria Bonifácio Segala, tanto ela como minha mãe sempre acresceram o meu imaginário ao contar as histórias que na primeira infância povoaram meus mais doces sonhos. Leitora ávida desde a infância, apaixonada pelas letras, um dia sonhava escrever, ou pelo menos tentar fazer com que meus sonhos e citações saíssem de minha cabeça e ficassem registrados em um papel. A leitura ia desde a placa na beira da estrada, a faixa que informa, aos livros das bibliotecas públicas por onde estive. Estudar é outra paixão, aprender, ter contato com novos conhecimentos, poder usufruir a maravilha do mundo. Sou muito crítica comigo mesma, indecisa às vezes, insegura, talvez baseada na minha autocrítica e sempre querendo fazer melhor, é um prazer poder partilhar um pouco de mim com vocês. Certa vez para brincar com esta história de tentar dizer como sou, escrevi algumas palavras que aqui reproduzo: Sou o que Sou Sou o que sou, Não tente me mudar, Sou única, complicada, muitas vezes irracional. Sou o que sou, Se você realmente gosta de mim, Com certeza me compreende assim. Sou o que sou, Complicada, complexa, meiga e abobalhada, Mas acima de tudo, alguém que te ama demais. Sou o que sou, Diferente, exótica, confusa, tímida, Mas extremamente carinhosa. Sou o que sou, Entenda-me, ou deixe-me.... Misteriosa esfinge local, Alguém impulsiva, extremamente banal. Sou o que sou, Será que você realmente gosta de mim, Ou de uma imagem por você criada? Será que compreende e entende Que sou o que sou? Interesse pela poesia/ literatura O meu interesse pela literatura começou ainda na infância, onde uma pequena criança teve a maravilhosa oportunidade de encontrar uma doce professora que não somente a alfabetizou como também lhe abriu as portas do imaginário advindo dos livros. Pode até parecer uma história engraçada e surreal, mas no meu primeiro ano do ensino fundamental, antigo primário, tive a honra de ter aulas com a professora Hildegast no antigo Westin de Presidente Bernardes, interior de São Paulo. Após toda a turma alfabetizada a professora nos deu uma missão, aproveitar as férias escolares de julho para conhecer melhor a biblioteca local, fazer uma ficha e começar a ler, tendo o capricho de anotar todos os títulos e autores em um caderninho e após este período levar para sua avaliação. Nesta época eu contava com seis anos e segui a risca seu pedido, com a ajuda de uma mãe zelosa comecei a freqüentar a biblioteca e todos os dias levando para casa mais uma portinha deste mundo encantado fui montando a minha primeira ficha de leitura; ao fim do prazo não somente tinha lido conforme era de interesse da professora como também surpreendi a todos com a enorme quantidade lida... rs, não posso dizer que tenha surpreendido também a dona Hilds uma vez que a bibliotecária já havia comentado o ocorrido, a menininha leitora que em férias de julho esgotou os títulos da biblioteca para sua idade.... Esta incursão no mundo da leitura e literatura foi pontapé inicial para este mundo mágico, mundo das descobertas, das viagens seguras, onde todo um mundo pode ser navegado sem custos e muito menos sem riscos, povos são conhecidos, línguas, costumes, preparando-nos para viagens reais e totalmente palpáveis. Ainda na infância, mas já um pouco mais velha eu gostava de rabiscar, desenhava muito e fazia meus livrinhos com todas as folhas, caderninhos que arrumava, arte completa, não somente primava pelos textos como também pelas ilustrações, eu os emprestava a toda turma para que lessem, partilhando um pouco de mim com meus amiguinhos de escola, não posso esquecer-me de um fato ocorrido nesta época, uma amiga que vendo toda a minha paixão pelos livros dizendo que um dia pagaria minha faculdade de Letras para que eu esmerasse e continuasse isto que tanto gostava. Esta viagem nunca mais teve fim, estou em constante trajeto, cada hora em um "porto" ou mesmo "aeroporto" viajando na leitura, no mundo das palavras, do aprendizado, criatividade e emoção. Eu e minha obra Meus escritos estão em constante mudança, mesmo que eu tente fazê-los sair, ou os esprema para que fiquem parecidos, de jeitinho ou lembranças semelhantes, eles me fogem, se soltam, desprendem de mim, tais como bolhas de sabão que mais desejam a imensidão da liberdade do que ficarem presos no canudinho; porém continuam partes de mim, fazem-se meus filhos, partes de uma Rosi em constante construção. Sou bastante insegura eu confesso, medrosa até demais eu diria, ao mesmo tempo ciumenta e cuidadosa e isto se reflete também na forma que trabalho minhas palavras, estes vícios tento abster de meus textos ao mesmo tempo em que aos poucos tento libertar-me para alçar vôos maiores e não ficar somente em um tipo de texto ou estilo. Mudo constantemente à medida que meu coração, olhar perante o mundo foca-se ou mesmo enxerga um novo ponto de vista ou desejo de opinar. Meus textos atualmente trabalham a poesia, mas em um lirismo sem formas ou sem modelos, sonhando trabalhar também contos, crônicas e textos mais longos. Segure as idéias, a criação e a estupenda imaginação que transborda diante de mim, enquanto houver um sopro de vida haverá literatura, palavras diante de mim. Minhas preferências... Eu gosto de ler de tudo, desde a revista semanal, ao jornal, o panfleto que cai em minhas mãos. Mas os livros são meus preferidos, gosto de romances, mistério, suspense, policiais, infanto, poesias, autores são muitos, não sei nem se fica legal citar alguns e esquecer outros que muito me emocionaram ou emocionam, porém espero que me perdoem por esta tentativa de citá-los, pois acabarei fazendo. Antes de qualquer coisa gostaria de fazer referência a uma série que muito me encantou na adolescência e que me cativou, a Série Vaga-Lume que fez parte dos meus anos de ginásio e das provas de escola. Voltando a tentativa de citar alguns autores preferidos, gosto de: Cora Coralina, Antoine de Saint Exupéry, Machado de Assis, Marcos Rey, Agatha Christie, Florbela Espanca, Clarice Lispector, Cecília Meireles, Pablo Neruda, Vinicius de Moraes, Sidney Sheldon, Gabriel Garcia Marques, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Monteiro Lobato, Arnaldo Jabor, José de Alencar, Rubem Braga, Fernando Sabino, Stanislaw Ponte Preta, William Shakespeare, Arthur Conan Doyle, Stephen King. Como conheci a CBJE e o que penso de sua atuação junto aos jovens escritores... Vagando pela internet em busca de oportunidades, concursos de poesias encontrei o site da CBJE, ele me foi trazido na busca por antologias, procurei ler para analisar a seriedade e se seria interessante remeter os meus escritos. Foi-me muito gratificante este ato, gostei da página e resolvi ainda que insegura arriscar-me e enviar um poema para avaliação, foi o poema "Voo", deixei a página favoritada para conferir posteriormente o resultado, qual não foi a minha alegria um tempo depois em ver meu nome listado como uma das autoras escolhidas para estar representando aquela edição - (Antologia dos Poetas Brasileiros Contemporâneos 53º volume) - desde então já estive figurando em algumas que enviei para avaliação meus textos e até mesmo em uma edição especial onde foi de total surpresa. O trabalho exercido pela CBJE diante aos jovens autores é de grande valia, não somente expõe estes novos talentos, como também os valoriza, incentiva, traz a tona à criatividade, a capacidade de se reinventar, cria um ambiente favorável ao crescimento, ao trabalho, as letras e a própria leitura; não basta existirem bons leitores se estes não podem ser mostrados ao mundo, ao mesmo tempo não basta mostrar se não for com criatividade, estímulo e valorização destes que amam as palavras e vivem nelas, seja em sonho, em poesia, em contos ou mesmo em livros seus ou de seus ídolos. Para quem está iniciando... Gostaria de deixar aos iniciantes na arte das palavras um conselho, faça o que gosta, como gosta, utilize esta arte para "falar" com o mundo, mas de sua forma, do seu jeito, não procure ser meramente comercial e sim ser você mesmo, antes de tudo faça por prazer... tenha persistência, leia muito, a leitura é base para tudo, desde o descanso mental, o desestresse, a diversão, ao aprendizado. Quando se sentir confiante, tente participar das antologias, porém não desista se não der certo na primeira vez, terá sucesso a medida que for amadurecendo o interesse, os pensamentos e desejos... desde já meus votos de sucesso e obrigada por estar aqui neste momento lendo sobre mim e dando-me a oportunidade de passar um pouco desta humilde pessoa que vos "fala" e ama o que faz, obrigada por "ler-me" e partilhar comigo este mundo de extrema fantasia. Contato: rosimeiresousa@gmail.com |