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ENTREVISTAS
Entrevistas exclusivas com autores renomados, publicados nas antologias da CBJE nesses 23 anos de existência. Conheça suas histórias, suas obras e veja seus depoimentos.


Amalri Nascimento

Quem é você?
Eu sou José Amalri do Nascimento ou, simplesmente, Amalri Nascimento, nome literário adotado após incursionar no mundo da poesia com mais intensidade no ano de 2006. Sou taurino, nascido aos 21 dias do mês de abril de 1971, na cidade de Brejinho/RN, portanto, orgulhoso de ser potiguar. Alistei-me na Marinha em 1990, servi em Natal até o ano de 1996, quando fui transferido para o Rio de Janeiro, onde me especializaria e permaneceria até os dias atuais; encontro-me hoje na graduação de primeiro-sargento. Embora já se tenham passado 15 anos, não abandono as minhas origens, o Rio Grande do Norte tem muito de belezas/riquezas naturais e culturais. Sempre retornando à terra natal, mesmo que em breves viagens de férias, aquieto as saudades sorvendo das inspirações que me levam a escrever...
Minha primeira inscrição na CBJE ocorreu em março último, sendo selecionado com o conto “Declaração” publicado na coletânea “Contos de Outono”. Até as seletivas do mês de maio somei participação em nove antologias. Premiado em diversos concursos de poesia pelo Brasil afora, com participação em várias coletâneas. Premiado com medalhas de prata e ouro em salões de artes promovidos/apoiados pela Sociedade Brasileira de Belas Artes (SBBA). Agraciado com a Medalha de Bronze, na categoria escultura, no XVI Salão de Artes Plásticas do Corpo de Fuzileiros Navais - 2009.

Como e quando você começou a se interessar por Literatura?
Confesso, na minha adolescência eu era um tanto preguiçoso para leituras. Enfiar a cara nos livros não era, literalmente, o meu forte, mas sempre me aprazia bastante do que lia, principalmente, o tocante ao mundo da poesia e dos contos; chegando a rascunhar alguns ensaios num caderno que, infelizmente, ficou perdido em algum lugar do passado. Alguns romances pociliais marcaram essa época da minha vida. Na segunda metade do ano de 2006, ocasião em que, incentivado por uma então colega de trabalho, a poetisa MALU OLIVEIRA, hoje, uma amiga especial, aventurei-me no meu primeiro concurso de poesia, foi no I Concurso Carioca de Poesia, promovido pela ABRACI, sendo selecionado dentre os finalistas que tiveram o ponto culminante se apresentando no auditório da casa-mor da literatura, a Academia Brasileira de Letras (ABL), uma das apoiadoras e patrocinadoras do concurso. A partir desse momento marcante, tomei gosto pela arte poética e, sempre que posso, inscrevo meus versos livres nos certames literário-poéticos que tomo conhecimento. Nos últimos tempos, pra ser mais preciso, meses, resolvi arriscar alguns pequenos contos, e foi com grata satisfação que provei de um esfuziante deleite estreante, tendo três desses ensaios, selecionados pela CBJE para as antologias de março, abril e maio respectivamente, além de alguns poemas.

Como é a relação que você identifica entre a sua vida e a sua obra?
Permito-me ser análogo:
Escrever é como amar...
Penso que, na vida, vivemos para amar... Não apenas uma vez ou em dado momento, mas amar muitas vezes e por toda a vida. É fato que cada amor representa uma história, e cada uma delas, sendo sempre diferentes entre si, tocam de maneira variada em nós; a verdade é que não dá para sabermos em qual circunstância fomos mais felizes ou sofremos mais. O amor e a paixão, assim como os sonhos, representam as molas mestras que nos impelem pela vida e nos sustentam de pé. Alguns desses amores ou paixões, sentimentos sempre almejados, depois de vividos, até esquecemos ou, involuntariamente, os guardamos num canto secreto do nosso âmago onde nem sempre nós mesmos sabemos como chegar. Também é certo que em um instante da nossa existência, se ainda não fomos, seremos tocados tão forte e tão profundamente que suas marcas ficarão para sempre sinalizando a referência de que, pelo menos, uma vez, fomos completamente felizes. Sempre se pode superar, dar-se uma nova chance e continuar vivendo bem, sendo e fazendo feliz quem conosco estiver, mas o gosto daquele ditoso amor ficará como que entranhado no íntimo e será sempre lembrado com ternura... Se demos ou não o passo certo, se a ocasião era adequada ou não, talvez nunca saibamos, o que não importa; o essencial é que vivamos de modo a estarmos sempre prontos para um novo recomeço.
O que eu quero, na verdade, dizer com esta analogia é que a arte de escrever é um exercício cotidiano, contínuo... A diferença está no fato de que escrevendo temos mais, sob nosso controle, as nossas emoções; enquanto que na arte de amar...

Fontes de inspiração e autores preferidos:
O dia a dia deve ser encarado com mais serenidade e sentimentalidade, ademais, um pouco de sensibilidade não faz mal a ninguém, nunca fez. As coisas ou pessoas que passam por mim, ou pelas quais eu passo, deixam sempre sua contribuição, uma espécie de impressão que gruda em mim, passando a fazer parte dos meus gostos e absorções. Costumo olhar sempre para além da imagem, do invólucro; quebro a casca intentando desvendar o interior do núcleo; acredito haver sempre algo que possa tocar e/ou inspirar...
As artes de um modo geral, materiais ou imateriais, são fatores preponderantes para a minha concepção, inspiram-me e despertam em mim emoções que me fazem tentar enxergar através do olhar do artista. Pintar ou esculpir, por exemplo, dependendo da ótica, é poetar...
Não posso deixar de aludir a nossa música que não é somente melodia, viaja o mundo com letras que é pura poesia...
Difícil destacar um ou outro autor, alguns me fazem parar, ler e refletir suas entrelinhas costuma levar-me a novas ideias. A Cecília Meireles detinha uma alma plena de sentimentalidade; Clarice Lispector e Cora Coralina são exemplos de força e coragem; Castro Alves, um romântico que, sinceramente, me desperta uma espécie de inveja sadia; Fernando Pessoa com seus heterônimos e Carlos Drummond de Andrade dominam a genialidade da arte de lidar com as palavras...
E, claro, a contemporaneidade de autores-poetas-escritores é riquíssima! Alguns, cuja honra de conhecer pessoalmente, têm me permitido beber de suas fontes e criações, contribuindo em muito para o meu amadurecimento.

Como você conheceu a CBJE e como você vê nossa atuação em relação aos jovens autores brasileiros?
Fui apresentado a CBJE através de um convite formulado por um amigo e irmão de caserna, o poeta e escritor Sergio Tavares, um dos mais lidos por aqui, há tempos conquistou sua estrela dourada; concomitantemente vieram os chamados das companheiras Edna Coimbra e Eulina Moutinho, ambas, também, já selecionadas para as antologias on-lines.
Vejo a atuação da Câmara Brasileira de Jovens Escritores como um segmento inovador, impactante e de um cunho extremamente significativo-incentivador para os autores que antes eram de gavetas. Divulgar obras como as que podem ser lidas aqui é contribuir sobremaneira para o desenvolvimento sociocultural do nosso país. Há 23 anos fincou-se um marco que com o passar do tempo vem solidificando o compromisso de abrir portas no mercado editorial e fazer pular das gavetas e armários novos, mas não menos promissores poetas e escritores. Percebe-se que verdadeiros artistas das letras perdem a vergonha dos seus escritos e revelam obras-primas que, neste espaço, conquistarão a posteridade...
Somando-se a isso, é notório o primoroso trabalho com que a gráfica da CBJE edita seus livros. Recebi esta semana a primeira antologia impressa de que fiz parte junto a esse segmento - "Contos de Outono, março de 2010", e pude perceber o criterioso cuidado dispensado a editoração.

Que conselho você daria aos que estão começando na carreira?
Carreira é uma palavra que, para mim, ainda soa com um tanto de pretensão. Não estaria eu sendo presunçoso? Estou ainda vislumbrando os primeiros degraus.
Firmar-se numa carreira literária nos dias atuais não é coisa fácil, faz-se necessário tempo, paciência, dedicação e, talvez, o mais difícil, investimento. Mas analisar a temática, investimento, através da ótica do prazer e realização pessoal pode ser um ótimo começo. Não reprimir as inspirações surgidas em insights, mesmo que desconexos, pode e deve ser tratado como um exercício que mereça ser levado a sério.
Ler, escrever, reler, reescrever...
As ideias com o tempo fluirão mais soltas e o amadurecimento da arte de transpor para papel inspirações, se somará ao deleite de ver o ato realizado.


Contato: amalrinascimento@gmail.com
Blog:http://www.vendoalemdaimagem.blogspot.com.br/