André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ
Amanhecer
Frouxa manhã...!
Quem afrouxa tuas algemas do escuro,
Senão as luzes delegadas...
Sol forasteiro...!
Toda manhã sequestra a madrugada
Aos esconderijos do futuro...
Frouxa alvorada...!
Quem afrouxa as algemas do teu canto
Senão a voz da passarada...
Passarinheiro...!
Toda manhã libertas teus encantos
À natureza iluminada...
Frouxa chegada...!
Dessas manhãs que chegam e saem às pressas
Num pássaro de luz dourada...
Frouxa é a vida...!
E a morte é a delegada das algemas...
Da madrugada amanhecida...
Frouxa, amanhã,
Estará outra manhã que nos espera
Do céu, com o sol no seu divã...
Frouxa espera...!
No tempo com as algemas do futuro
E chave que o presente encerra...
Frouxa agora...!
É esta hora à luz crepuscular
Na alvorada à escapar...
Frouxas no olhar...!
As lágrimas que rolam devagar
Que se encantam só no encanto
Ao despertar...
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