Maria José Zanini Tauil
Rio de Janeiro / RJ
Os olhos de Maria
Maria carrega no semblante olhos brilhantes. Não são dúbios e nem magoados.Eles são ungidos de ternura e piedade. Não lhe pesa o fardo do passado; tem o frescor dos dias floridos da mocidade. Trazem nas íris o mapa do amor desenhado, envolvido pela ventura de todos os meus sonhos.
A mágoa purificou seu olhar e os óleos santos da saudade não deixaram vestígios da dor dos separados. Assim, me é possível descobrir muita luminosidade. Uma vez ou outra, a santa pureza de uma lágrima cintila, ensombram-se as pupilas e uma névoa a envolve quando os olhos cerra, dirigindo ao céu uma oração.
Um olhar misterioso e, ao mesmo tempo, transparente. Sim, um mistério que enleva e dá coragem! Como decifrar esse enigma? Sinto esses olhos pousados em mim... e não sei explicá-los. Só sei que o seu abraço me revigora e conforta. Seu perfil é o de uma rosa entreaberta, mulher de encanto real. Numa sensação estranha e solene, ouço a sua voz, num canto ameno, quase murmurado. Parece um rouxinol e é branca rosada, na pele e nas vestes.
Sinto que ela me vê, me ouve e me assunta, desvenda meus segredos, não ensurdece às minhas queixas e perguntas. Seus dedos alongados e as mãos juntas, se abrem em suaves carícias sobre os meus cabelos, que sinto, me tocam o coração.
Ela segue em passos mansos deixando no ar seu leve aroma de rosas e um vulto se apaga lentamente da visão que me encanta!
Meu Deus! Como é linda a mãe do meu Jesus!
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