Gilmar Pereira Lima
Cândido Sales / BA

O sonho e o ouro

 

Põe teu sonho e teu ouro em lugares diferentes
Para que ninguém faça com que um corrompa o outro.

Sê como a rocha imbatível
Que suporta as intempéries da vida
E conserva a generosidade
Permitindo que a água da chuva
Corra sobre sua superfície
Para renovar o leito dos rios.

O sonho alimenta tua alma; o ouro, tua matéria.

Põe teu sonho então em lugares realizáveis;
Teu ouro, em recantos que só tu tenhas acesso.
Não reveles jamais onde guardas teu ouro!
Menos ainda, teus sonhos!
Apenas, conserve-os como se fossem únicos;
Mas, cada qual em seu recanto.

E entendas o seguinte:
Desses dois, por mais que queiras conservá-los
Intocáveis, invioláveis, tão protegidos...
Um (des)gasta-se fácil demais — o ouro.
Dentre eles, somente o sonho é mais forte.

Põe então teu sonho e teu ouro em lugares diferentes
Para que ninguém faça com que um corrompa o outro.

O teu ouro é o teu presente;
O sonho, teu futuro.

 

 

 
 
Poema publicado no livro "1º Festival de Poesias Românticas"- Edição Especial - Junho de 2017