André Luiz de Oliveira Pinheiro
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Gaia

 


Gaia é alma, Ela tudo anima
Dá vida a outra vida se emaranha
Da teia invisível de uma aranha
À sólida montanha cume acima...

Veneram-se nas minas tua entranha
Incisam Tua carne e sem estima
Destroem pouco a pouco a obra-prima,
Mas Gaia, Tua força é tamanha,

Que passam gerações e gerações
Poderes caem, e civilizações
Inteiras somem, morrem, sem lugar...

Ressurgem, e germinam qual semente
Rebrota vida à outra inteligente
Pra novos desafios superar...

II
Gaia... É do teu seio que se nutre:
O plâncton que sustenta a baleia
A aranha no tear, a própria teia
Da apodrecida carne o são abutre...

E deixa que o arado te insulte
Para o desejo ser de quem semeia
Os frutos, o alimento para a ceia
Do bem, desejo Teu, que não se enlute...

Gaia, de terno abraço que num laço
Abraça da raiz ao ar no espaço
Que acalanta e canta a todo mundo...

Ao Homem, criação superior
Ó Gaia destinaste todo amor
Ao coração pra ser o mais fecundo...

(Então, preserve-A onde você for...)

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Cantatas pró Gaia"- Edição 2019 - Outubro de 2019