Henrique Gondim
Natal / RN
A solidão do espinho
Por que me fere tanto este amor?
Logo eu, que a ele me dediquei sem limites...
Transformei um simples olhar em momentos sublimes e
Configurei num simples caminhar, as paisagens mais belas.
Tudo para lhe fazer feliz...
Na verdade, não sei o que mais me dói...
Se sua ausência presente ou sua eterna indiferença?
Poderia me ter cortado na nascente,
Sem deixar inflamar a carne morta.
Mas não era este o seu projeto sombrio...
Deixaste que a espera ao seu lado,
Fosse transformando meu coração combalido,
Num jardim de sonhos perfumados,
Onde o mais suave dos serenos,
Servia para regar minha eterna paixão...
Quando o meu ser parecia completo,
Amando alguém que me mentia tão também,
Podaste todas as minhas folhas,
Deixando murchar as mais lindas rosas e
Fazendo despertar apenas um solitário espinho,
Cravado profundo em meu coração...