Wagner Gomes
Caçu / GO

Espaços sigilosos

Vi-me no nevado brilho do teu manso olhar,
donde a doce luz do amor abraçou-me com ternura,
levando de mim a carência infinita do meu mais íntimo imaginar.

Senti-me naquele casual e sublime momento,
o simples moderar de uma longa e dolorosa procura.
E ao mesmo tempo, o ascender espontâneo,
de um suave e gracioso reencontro.

Meu inconsciente mesmo cauteloso,
sabiamente fez florir em meus lábios,
um sorriso tímido de inesperada felicidade,
fazendo outra vez rebrotar minhas esperanças perdidas.

Vi no espaço delicado daquele sorriso,
algo simples que embriagou-me,
deixando-me cambaleante em meu calcorrear.

E neste momento minhas angustias
tornaram-se valsas nupciais,
e bailou feliz e solitariamente meu coração,
por noites e noites em harmonia rítmica,
assim como bailam as debutantes
seguindo apenas o simples entoar de seus ingênuos sonhos.

E neste bailar ternurento e virtuoso,
perdi-me em alguns espaços sigilosos,
onde meu íntimo simplesmente,
havia esquecido adormecido o meu sonhar.
E onde eu perdido, pude me encontrar.