Lucia Celeste V. Barbetta
Rio de Janeiro / RJ

 

 

Embalando

 

Embalo o bebe que chora.
A vida está começando.
Quer comer, quer dormir,
Quer carinho, quer balançar...

Maiorzinho ele fala.
Não compreendo, mas ele continua,
Cheio de idéias e alegria.
Corre matreiro, só poesia.

Adolescente ele divaga:
Que profissão?
Adere à música ou ao esporte?
Gosta de ler, devora os livros e canta muito.

Adulto, meio que desnorteia.
Emprego, salário, transporte,
Incertezas...
Muito trabalho.

Velhinho ele se esconde.
Os sonhos são lembrados.
Alguns foram realizados,
Outros apenas embalados.

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Grandes Nomes da Poesia Brasileira" - Junho de 2018