Helena Maria S. Matos Ferreira
Guapimirim / RJ

 

Um sonho muito especial

 

               

Sonhei que estava em uma grande laje de pedra, talvez em uma montanha, mas sem abismos ou precipícios. Várias pessoas passeavam serenamente e pareciam não perceber a minha presença. Encontrei meu esposo sentado, meio encoberto por um lençol. Estava tranquilo. Abaixei-me ao seu lado e mostrei-lhe um botão, daqueles grandes, cobertos de pano, meio sujo de terra. Parecia-se com um botão de seu blazer de veludo, que não sei porque eu guardava junto às joias. Um pouco mais acima de nós, um belo jovem estava sentado. Ele nos olhava somente. Talvez fosse uma sentinela. Valmir olhou para o botão e disse-me que não era aquele. E realmente não era, o que eu guardara era de veludo. Sentei-me ao seu lado e ficamos por um tempo olhando o céu. Senti que estávamos no espaço, porque não havia obstáculos para ver o céu. Era impressionante, maravilhoso. Formava figuras coloridas que se diluíam rapidamente, formando outras e mais outras. Levantamo-nos depois de algum tempo e caminhamos para um lugar, que lembrava uma igreja. Na porta ele me deixou e eu senti um peso, como se alguém subisse nas minhas costas. Tentei retirá-lo e fiz força para entrar naquele local cheio de pessoas com velas acesas. O peso saiu das minhas costas. Observei o lugar repleto de pessoas não tão serenas. Lá não havia imagens, apenas uma como a de N. Sra, no alto, em uma pequena prateleira, e a santa era menor ainda. Uma mulher jovem, sorridente, disse-me que eu precisava de uma vela acesa, que eu a procurasse e a pegasse. Encontrei-a, acendi-a, mas ela não era igual às outras. A chama estava meio encoberta, tal qual a cera a cobrisse. Nesse momento acordei e uma sensação muito especial me invadia. Fiquei um bom tempo meditando sobre o acontecido. Voltei a dormir. Pela manhã eu continuava com aquelas lembranças e resolvi colocá-las no papel como outros sonhos especiais que já me aconteceram. Tenho a certeza de que eles têm um motivo e necessitam de uma interpretação.

 

 

 
 
Publicado no Livro "O Jogo da Vida" - Edição 2018 - Outubro de 2018