Samuel Alencar da Silva
Capanema / PA

 

As figuras que me socorrem

 

Não sei viver sem hipérbole,
Por isso já te falei mais de mil vezes,
Que não vivo sem você,
Que uso sempre metáfora,
Minha gata manhosa e faceira.
Os homens somos silépticos,
De gênero ou de pessoas
E vossa senhoria é bondoso
Para com seus súditos
Mas que não sejamos supérfluos.
Na minha prosopopeia, o ipê amarelo,
Que ( eu elíptico ) encontro na estrada,
Saúda-me todos os dias,
Com suas flores amarelas,
Durante toda a primavera.
Suas flores tornam-se lâmpadas
Na perífrase da minha jornada
Conforme o reflexo do astro rei,
Aos domingos os sinos convidam-me
Sempre para assistir missa.
Mas na segunda feira, ironicamente,
Vou para o meu labor sem preguiça,
No meu eufemismo, ainda não quero,
Entregar minha alma a Deus
Ou viajar para eterna morada.

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Painel de Poemas Premiados" - Outubro de 2017