Daniella de Souza Balduino
Londrina / PR

 

 

Fusão

 

Quentão, pamonha, paçoca, bolo de milho, canjica.
A chuva, a cobra; é mentira,
mas a alegria na dança é que fica.
Cores descombinadas e risos desajeitados
se harmonizam com o ritmo da quadrilha.
 
Explode de tanto comer, de engolir alegrias vistas,  
sorrisos simples, diferentes estórias de vida.
Um prato gelado, cheio de poesia quente
em roupagens diferentes.
 
Junho, o mês das festas coloridas.
Que se pode ser!  
- Caipira, simples, usar multicores -  
e ainda assim, estar incluso no padrão social!
 
O mês que se pode sentir medo!  
Mesmo que seja de chuva ou da cobra.  
E ainda se pode fugir, descobrir que é uma farsa,  
perceber que já passou,  
e voltar para o ritmo da vida!  
Ops, da quadrilha.

A transição do outono para o inverno,  
O início do frio; da ausência de cor,  
Que as juninas esquentam e sabem colorir!   

Assim são os meses, as estações, as cores e as pessoas..
Fusão: Na física, no inverno e na gente.
Mudam-se as lentes.

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea" - Agosto de 2017