Carlos Henrique Pereira Maia
Niterói / RJ

 

 

O Sol nasce para todos

 

Como quem olha a própria imagem refletida,
Vejo em cada riso meu próprio riso,
Em cada pranto meu próprio pranto,
Em cada caminho percorrido na vida
Percebo que muitos já pisaram onde agora piso,
Que muitos já andaram por onde agora ando,
E assistindo ao mundo girando ao meu redor
Sinto as mesmas emoções por muitos sentidas,
Luto as mesmas batalhas
Que são por todo mundo lutadas,
Algumas vencidas,
Outras perdidas,
Ainda outras abandonadas,
Quando a fé é pequena,
Ou grandes demais são as muralhas
Para que tanto esforço valha a pena.
Como quem vislumbra o próprio futuro,
Vejo que não sou melhor nem pior que ninguém,
Que cada árvore produz seu próprio fruto,
Que o dia se vai porque outro dia vem,
Que cada um planta sua própria semente,
Assim como compõe sua própria melodia,
E em face do ideal igualitário do sol nascente
- Que o mundo inteiro por igual alumia -
Vejo que todos os viventes são iguais em tudo,
Embora diferentes no modo de estar no mundo.

 

 
 
Poema publicado no livro "Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea" - Agosto de 2017