Rubens Alves Ferreira
Taguatinga / DF

 

 

Eu sei que você sabe

 

Flutua como se aqui não estivesse
Como se o tempo se arrastasse
Para melhor ser observada; e,
Arando a libido, revolvendo olhares...
Tem a prerrogativa de ignorar
E mesmo assim, ser absolvida,
Absorvida. Angelical...
Tudo contrasta com a tez
– Clara, “laurus”, curto –
Como o passeio do vestido...
Longo, solto, feliz...
Mas dominado pelo corpo
Evidenciando curvas
E maciez evidente
Não deixa dúvidas:
Realmente, uma mulher.
Sem sombras, sobras
Universalmente única.
Mas; e se ela falar?
Quebrar a indiferença
Mostrar o lado humano
De mulheres deste mundo?

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea" - Agosto de 2017