Abraão Leite Sampaio
Governador Valadares / MG

 

João Guimarães Rosa

“Mago das palavras”

Ao nascer... seu fado já estava mapeado
Não tinha como “escorregar”... as letras o iriam agarrar
Foi médico, diplomata e poliglota
Sete foram as línguas por ele faladas
Mas só com a literatura sua “sede” foi saciada

As preciosas de seu “Garimpo”
Diferenciavam-se das mais cobiçadas gemas
Encontradas em seu estado natal
Tampouco era o ouro...  mais cobiçado metal

Eram elas... as palavras... que Guimarães “investigava”
O tesouro buscado... foi logo encontrado
Não em jazidas... que se “escondem” nos caldeirões
Mas no campo... em longas prosas com os peões

Sua busca obsessiva e incessante
Era por um vocabulário que ignora dicionário
 Com cadernos abertos e lápis em punho
Anotava o que a mente lhe aguçava
Daí brotou o neologismo que o escritor criou

Dez dias e dez léguas... montado em seu cavalo pelo sertão
 Foram “responsáveis” por sua mais grandiosa criação
“Grande Sertão Veredas”... que ao longo deste trajeto
Foi vertendo da mente prodigiosa... de João Guimarães Rosa.

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea" - Agosto de 2017