Teresa Cristina Cerqueira de Sousa
Piracuruca / PI

 

 

Os fatos



            

       

            Tião era um menino que morava na velha estação férrea, espiando a lua pelas frestas das janelas e se dizia ser filho do velho telegrafista, mas como este era casado morava em uma casa com a esposa e os filhos. Tião dizia que a mãe morrera (quando ele tinha dez anos) e que fora namorada secreta do pai.
            Bem, o menino tinha onde morar. Um salão amplo, uma rampa para correr, uns trilhos velhos para brincar de equilibrista que ele era de uma imaginação e de uma alegria sem fim... E também conversava sempre na vizinha.
            É importante lembrar que um dia o menino encontrou o [pai] jogando baralho na pracinha da cidade.
            - Mas que coisa! Não agüento mais este menino dizendo ser meu filho!!
            - Papai! PAPAI! - e Tião saiu gritando.

            Quando um assunto toma conta de uma cidade pequena, os envolvidos terminam sabendo. Assim, a esposa de Tião soube do fato. E exigiu que o marido fizesse teste de DNA. O homem não o fez.
            É por isso que a história de Tião continua sendo contada em rodas de curiosos. Mas os mais velhos devem se lembrar de que a mãe de Tião vivia numa casa abandonada com um pobre pescador e que, por distração ou bebedeira, morreram ambos afogados no rio. O pobre menino fora amparado pelo telegrafista, mas depois todos têm sua família e o homem tinha a dele. O menino ficara na velha estação e já estava com quase dois anos do ocorrido.
            Lá há muitas casas por perto. E muita gente boa com prato de comida. Nas horas de aflição, havia o velho telegrafista.
            [...]  

            Contudo, nos dias atuais são divulgados muitos conteúdos duvidosos... E de mais a mais, o que eu sou, uma contadora de histórias! [...]


 




Conto publicado no "Livro: Manual do Fofoqueiro"- Edição 2021
Novembro de 2021

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