Brás Tenório dos Santos
Marília / SP

 

 

Verinha fofoqueira



Peixoto entra agitado no bar e vai direto à mesa do Simplício:
- Pô, cara, já tá sabendo, né?
- O quê?
- A Janinha... mulher do Djalma...
- O quê?...
- Flagraram ela na cama com o Otacílio.
- Caraca!!! Na cama???!!! Foi ele que flagrou?
- Não, foi Dona Juraci, mulher do Aristides... Foi fazer uma faxina lá e pegou os dois na cama fazendo coisa.
- Que merda!!! E daí?
- Daí que ela contou pra Selminha, nora do Bilu...
- Bilu!!!???
- O “capitão chulé”!
- Ah, sei...
- Daí adivinha pra quem ela contou?
- Selminha? De ter contado pra Deus e o mundo...
- Pior ainda... contou pra Verinha.
- Puta que pariu!... Pra Verinha?!!!
- Pois é. Aí, por acaso, hoje de manhã encontrei com o Samuca da farmácia e ele me confirmou tudo. Me garantiu que Djalma nem desconfiava que o Otacílio estava pegando a mulher dele, coitado...
- Mas se Samuca confirmou... só pode ser verdade. Ele não é de fazer fofoca.
- Claro!... Além do mais, se foi a Verinha que contou pra ele, aí mesmo que não resta a menor dúvida.
- Com certeza, se Verinha confirmou!...
- Logo vi que essa fofoca só podia ter vindo da Verinha... eita mulherzinha fofoqueira, hômi! Cruzes!!!

 


 




Conto publicado no "Livro: Manual do Fofoqueiro"- Edição 2021
Novembro de 2021

Visitei a Antologia on line da CBJE e estou recomendando a você.
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