Gabriel Antonio Ogaya Joerke
Cuiabá / MT
Como moinhos de vento
Ao menor sopro outonal,
se mexem languidamente;
assim são os amores despresumidos,
como moinhos de vento.
Ao menor deslize,
cortam lancinantemente;
assim são os amores contumazes,
como moinhos de vento.
Ao movimento destemperado,
se mantém firmes aos seus próprios eixos;
assim são os amores cautelosos,
como moinhos de vento.
Por uma sonatina barata,
se transformam e se vão;
assim são os amores escorregadios,
como moinhos de vento.
Ao simples elogio,
se ruborizam e se assustam;
assim são os amores inocentes,
como moinhos de vento.
Ao sutil galanteio,
requebram pior que cobras em festa;
assim são os amores desprendidos,
como moinhos de vento.
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