Gabriel Antonio Ogaya Joerke
Cuiabá / MT

 

Como moinhos de vento

 

Ao menor sopro outonal,
se mexem languidamente;
assim são os amores despresumidos,
como moinhos de vento.

Ao menor deslize,
cortam lancinantemente;
assim são os amores contumazes,
como moinhos de vento.

Ao movimento destemperado,
se mantém firmes aos seus próprios eixos;
assim são os amores cautelosos,
como moinhos de vento.

Por uma sonatina barata,
se transformam e se vão;
assim são os amores escorregadios,
como moinhos de vento.

Ao simples elogio,
se ruborizam e se assustam;
assim são os amores inocentes,
como moinhos de vento.

Ao sutil galanteio,
requebram pior que cobras em festa;
assim são os amores desprendidos,
como moinhos de vento.

 

 

 

 
 
Poema publicado na "Nós & Eles "- Edição Especial - Janeiro de 2017