Edna Maria Pessoa
Camaçari / BA

 

 

Manhãs de Inverno

 

Quase sempre o vento do amanhecer,
bate a minha janela,
de mãos dadas com uma chuva,
que timidamente o sorrir.
E traz a mim, suas manhãs de inverno.
Que sentado a mesa da cozinha,
você ficava há observar o dia lá fora,
com a chuva a cair;
Que nos convidava a voltar pra cama...
Ouço o barulho do café,
quando ao cair na xícara;
vejo suas mãos tremulas,
a segurar a chaleira.
Sinto saudades de você...
Hoje, o dia lá fora está sem chuva.
E eu, aqui estou sem o seu olhar,
que tantas vezes me fez sonhar
e acreditar que sempre vale à pena
quando o amor é presente.
Como queria voltar ao “Farol”,
que me guiou até você, tantas vezes.
Mas infelizmente,
a despedida de pele não tem volta.
Resta-me beber dos dias
que vêm com manhãs de inverno,
ausente de o seu observar;
de você...

 

 

 
 
Poema publicado na "Nós & Eles "- Edição Especial - Janeiro de 2017