Lúcia de Fátima Guedes de Lima
Fortaleza / CE

 

 

Corrompimento

 

Feito pássaro preto; não há “penas” em sua cabeça
Não expressa melodia rústica ou chilreio
Adeja, entre ruídos do vento em suas asas
Com olhos negros de observadores emplumados

Na imensidão azul de seu parco universo
Não há flores, nem copa das árvores
Apenas, a intenção de banquetear-se

Há chilros infernais, espreitando a ravina
Há uma disputa ávida à decomposição
Não há só crendice, sua presença é má sorte

Sua cobiça e vaidade dão asas à envergadura
Seus atos culpáveis de aliciamentos,
Seus desvios de conduta, são desmedidos

São imutáveis, e eternos como sua própria fome...

Há em nós, um forte sentimento dorido,
Pela ausência do colorido dos campos intrínsecos...

 

 

 
 
Poema publicado na "Nós & Eles "- Edição Especial - Janeiro de 2017