Wagner Marim
São Paulo / SP

 

Lágrimas de sangue

 

Levanto-me cedo.
Saio à rua em minha andança.
Deparo-me com um lindo dia-criança. 
Vidas passeando sorridentes, tristes ou apáticas.
Vento remexendo nas folhagens das lembranças.
Manhã tecendo novidades, sortes e desgraças.
Indago-me mais tarde.
Qual dor é a mais pungente, dorida e covarde.
Que agride nosso sentimentalismo humano,
Que só pode derramar lágrimas de sangue. 
Que é interna e vem de dentro do coração,
Aquela cujos pais perdem precocemente do amor
O sangue de seus sangues.
Não sei de dor maior.

 

 

 
 
Poema publicado na "Nós & Eles "- Edição Especial - Janeiro de 2017