Marcio Kaio Ramos dos Santos
Macapá / AP

 

Sob a luz da lona

 

A maquiagem escura
que contornava meus olhos
escorreu incontidamente
borrando meu semblante.

Minha boca seca e fria
que já não te beija mais
forçosamente ainda sorri
graças ao batom carmim.

A palidez por toda a face 
ajuda a reforçar o disfarce
e conservar a minha farsa.

Arruinado como estou,
de engraçado a macabro,
sob a luz da lona eu me acabo.

 

 

 

 
 
Poema publicado na "Nós & Eles "- Edição Especial - Janeiro de 2017