Brás Tenório dos Santos
Marília / SP

 

 

Cálice do inferno

 

             

Neste cálice de vinho eu tomo, a coragem
(tão rara, eu sei) de gritar pros companheiros
que os últimos não serão os primeiros,
que a vida não continua, para,
de viver proverbiando,
pois que é da vida subalterna
submissa, acomodada,
que se alimenta o canalha
cafetão explorador
que em troca da tua dor
oferece a vida eterna.

Toma do cálice que eu bebo
prova do clarão o gosto
Deus de todos o Pai justo
não nomeou preposto
vagabundo safado
vendedor de salvação.

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Poesia em Noite de Gala" - Janeiro de 2019