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Wagner Dias de Souza
Rio de Janeiro / RJ

 

O pensamento de Agnaldo
(no leito de morte)

 

Nada do que posso recusarei alcançar.
Meu coração devo educar para as coisas simples da vida conquistar.
Não tenho dinheiro, e isso facilita a minha liberdade.
Desejo a simplicidade porque o suntuoso, para mim, soa velho. Ficou desbotado na puída esteira do tempo.
Luxuosamente me casei, com fé jejuei. Depois me separei, me divorciei, descarnei, morri.
Depois voltei.
O finito é lorota. Todo fim é infinito. Eterno despertar.
O fato de ser velho não significa não haver mais nada para viver. Muito ainda há para conhecer, futuramente viver.... de outra forma, num outro patamar.
Nascer, crescer, casar, procriar...  depois morrer e voltar a nascer.
Infinito recomeçar.
Toda roupa nova um dia fica velha, rasgada. E a ela se destrói.
Compra-se uma outra nova, que de novo envelhece, e de novo se troca.
Percebo agora que essa minha velha roupa não mais me comporta.
E dela me despeço neste leito de morte.

 

 
 
Conto publicado no "Livro de Ouro do Conto Brasileiro" - Junho de 2016