Maria de Belém de Oliveira Maués
Manaus / AM

 

O que sou para você

 

 

Se um dia nos encontrarem juntinhos, felizes e lhe perguntarem quem eu sou para você,
Diga-lhes que sou uma planta germinada num terreno fértil,
Cujos pólens de suas flores disseminam desejo em seu corpo
e lhes convidam a amar.
Que eu sou a Lua que ilumina o céu do universo criado
por nós dois;
Diga-lhes que sou um barco à deriva, longe de seus braços;
Um raio de luz, quando lhe provoco e você me aprova;
O tudo, quando arranco de seus lábios um sorriso e lhe faço
reagir a meu favor;
Diga-lhes que eu sou o uivo, quando a dor é sua;
Que eu sou a vaidade preterida pela paixão que me domina;
Diga-lhes que sou as notas na canção que traduz sua voz;
O porto onde você ancora com segurança;
Diga-lhes que eu sou o seu limite, a sua fronteira, quando tenta fugir de si mesmo;
Que eu sou a vírgula que dá sentido ao seu enredo;
O canto que se transforma em oração, só para agradar
aos seus ouvidos;
Diga-lhes também que eu sou o glamour quando a sua noite
se apaga e torna-se triste.
Diga-lhes! E diga-lhes com convicção!
Que sou sua escrava, sua dama, sua senhora;
Sua musa, sua deusa, seu ódio, sua ira,
O conflito das suas confusões mentais!
Sua amante, sua amada; sua louca desvairada,
Sua mulher, seu grande amor.
E muito me deixará feliz,
Por vê-lo assim me traduzir.

 

 

 

 




Poema publicado no "Livro de Ouro Poesias"- Edição 2020 - Outubro de 2020

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