Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

Gigante construtor de poesia

 

Escrever um poema não é tão difícil!
Difícil é ver uma multidão a pensar no retorno da ditadura militar!
Escrever um poema é a coisa mais fácil do mundo!
Basta estar de coração aberto e disposto a viver…
Difícil é ver tantas pessoas cegas, bêbadas e sem juízo
A defenderem o nazismo, o fascismo e a violência quando escolhem votar
Em pessoas que tem o passado condenado!
Escrever um poema é gratificante, eleva a alma e distrai os sentidos...
Difícil é ver o ódio agigantar-se em minha nação…
Pessoas sorrirem da banalidade do mal…
E indivíduos apoderarem-se de discursos apodrecidos…
Escrever um poema me faz viver, sorrir e perceber que a vida é bela
E que temos a mente de Cristo quando amamos...
Difícil é ter que conviver com pessoas que, por falta de consciência,
De sentido pluralizador e sentimento renovável,
Continuam a viver como nos velhos tempos...
Tempos de dor, falta de amor,
Tempo deslocado de seu real sentido,
Tempo que celebra o passado,
Porque foi por meio dele que o presente ainda sobrevive...
E quando a cegueira passar... que o homem tenha ainda tempo
De girar, girar, girar… mover-se, mover-se, mover-se
E dizer, sem medo de ser feliz:
A poesia que eu aprendi a recitar é a poesia da revolução
A poesia que dignifica o homem
E faz dele um pensador...
Um gigante construtor de poesia...
Vida e libertação.

(Homenagem à amiga portuguesa Maria José)

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos Mágicos de Poetas Encantados" - Julho de 2018