Núbia Cavalcanti dos Santos
Sanharó / PE
Refém da solidão
Olhando ao meu redor
Tudo o que vejo são apenas resquícios
De um passado repleto de dor
Que nem o tempo conseguiu apagar.
E, o que restou de uma vida inteira
Foi apenas uma fotografia amarelada
Sobre uma velha penteadeira
Empoeirada e meio desbotada.
As lembranças vêm à tona
E invadem os meus pensamentos
Enquanto fecho os olhos lentamente
Sentindo o aroma do teu perfume inebriante.
Por um instante, tudo parece ser tão real
Que chego a sentir o toque suave das tuas mãos
E o calor do teu corpo junto ao meu
Despertando uma avassaladora paixão.
Mas, de repente, volto à realidade
E descubro que tudo não passou de uma ilusão
Porque há muito tempo foste embora
Deixando-me refém dessa solidão.
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