Romilton Batista de Oliveira
Itabuna / BA

 

 

Eterno mar de saudades

 

Há tempo pra tudo
Tempo pra viver
Tempo pra morrer
Tempo pra chorar
Tempo pra rir
Tempo pra abraçar
Tempo pra sofrer
Tempo pra escrever e sentir dor
Tempo pra acalmar
E andar pela praia
Para sentir a brisa viva do vento...
O tempo a distrair os seres em seu manto finito de ser,

Só não há tempo para se despedir
De quem amamos
Porque a vida é precária em sua construção
E o tempo voa... e de repente
Somos por ele consumidos
E como um papel que tanto foi preenchido
Por tantos signos vivos, são agora supultados
Violenta e silenciosamente...
Com a dura partida de quem parte sem despedidas...
E como uma folha a cair de uma árvore da vida
Ou como uma página arrancada de um livro
Parte sem a consciência de sua partida
Deixando na vida de quem aqui permance vivo
Uma lacuna feita de frágeis silêncios doloridos,
Um eterno mar de saudades...

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "E por falar em saudade..."- Edição Especial - Abril de 2017