Roberto Antonio Deitos
Cascavel / PR

 

 

O verbo amar

 

Amar é universal, amar quem te ama é singular
Na dialética amar é amar quem te ama
Quando também lhe ama no movimento de amar
O amor fecunda no amar porque é plural.

Se amar é universal, o singular está em amar o outro
Que se torna o universal do meu amor singular
Na dialética amar, o amor é o movimento seres
Que se encontram no caminhar amar
Se amar é universal, amar multiplica o singular.

Amar é o singular do universal multiplicado
Diluído como partículas que se espalham unidas
Ficando em mim sem mais partir num reencontro sempre
Pois amar é singular no universal gesto infinito como ondas
Enquanto isso nós nos amamos sem precisar dizer palavras
Pois quando nos amamos amar é amar no som do silêncio.

Basta amar e nada mais falamos em nossos ruídos despertamos
Eternamente perdidos despidos nos encontramos labirintos
Porque do verbo se fez o amor uma linguagem sem letras
Linguagem universal do singular que somos ecos da vida
Do verbo amar no passado no presente e no futuro
Simplesmente sem nenhuma conjugação
Nossas vidas códigos gestos causalidades cotidianas
Escritos sons movimentos linguagens do verbo amar
Sem letras ou palavras na alma escrevemos
Nós somos seres que amamos, pois do verbo somos amamos!

 

 
 
Poema publicado no livro "E por falar em saudade..."- Edição Especial - Abril de 2017