Otaviano Maciel de Alencar Filho
Fortaleza CE

 

 

A vacina é o melhor remédio

 


Tempos difíceis os que vivemos!  A pandemia ocasionada pelo coronavírus, que desencadeou no mundo inteiro uma doença que acomete o sistema respiratório e outros órgãos do corpo humano, levando-o em muitos casos a morte caso não seja tratado adequadamente, não dá trégua.
Já próximo de completar um ano depois da OMS-Organização mundial da Saúde declarar o surto epidêmico mundial, a quantidade de indivíduos acometidos pelo vírus só está aumentando de vez que somente agora, com esforços despendidos por cientistas do mundo inteiro, se desenvolveram vacinas com poder de imunização contra esse devastador agente patológico.
A expectativa é de que, depois de aplicada a vacina, o corpo comece a produzir os anticorpos que irão atacar o vírus no organismo. No entanto, à medida que o vírus se espalha pelo diversos lugares do mundo, ele sofre mutações diversas, surgindo, assim, novas linhagens de vírus que dificultam ainda mais o combate à doença que já conta com mais de noventa milhões de casos no mundo inteiro e que levou a óbito mais de dois milhões de pessoas até meados de janeiro de 2021.
Os grandes laboratórios farmacêuticos já colocaram a disposição das autoridades mundiais doses de vacinas para serem adquiridas e a começarem a serem aplicadas nas pessoas. Garantem que são seguras e eficientes no combate ao coronavírus, embora seja concorde entre os cientistas que serão necessárias outras doses até a imunização completa ou mesmo a utilização periódica, caso se constate a necessidade, assim como ocorre com a vacinação periódica com relação às síndromes gripais causadas pelos vírus da influenza.
Quando se trata de saúde pública, além de campanhas de incentivo e esclarecimento no que diz respeito a se tomar a vacina, pois esta é o único meio de garantia de cura, é imperioso que as autoridades governamentais coloquem à disposição da população quantidades suficientes da vacina para que o controle da doença possa ser eficaz. 
Um fenômeno atípico tem surgido nessa época de pandemia: O negacionismo. Sim, isso mesmo! Diversos indivíduos, incluindo-se alguns chefes de estado ignoraram e ainda ignoram o poder avassalador de destruição da vida humana provocado por esta doença. Agem como se a cura se desse de forma milagrosa e que não haveria motivos para tanta “histeria”, chegando ao ponto de tornar facultativo o uso da vacina, negando assim as árduas pesquisas feitas em torno desse agente devastador da saúde humana.
Não é incomum sairmos às ruas e encontrarmos indivíduos que não tomam as devidas precauções, como utilização de máscaras e manterem um relativo distanciamento no intuito de dificultar uma possível transmissão do agente patológico. Muitos acreditam que são geneticamente imunes já que até o momento não ficaram doentes. Outros argumentam que como não estão doentes já pegaram o vírus e não manifestaram a doença, portanto não há mais motivo para se preocuparem, agindo assim o fazem por ledo engano.
O imunizante está ai pronto a ser ministrado, portanto não é crível deixar se seduzir por opiniões de pessoas que se dizem sábias, amparadas tão somente em crenças despidas de conhecimento científico e que colocam as vidas das pessoas em risco.
A senhora sexagenária conversando com sua enteada desabafa:
- Tomara que se inicie a vacinação, não vejo a hora de deixar de ficar com medo de pegar a Covid, afinal faço parte do grupo de risco e não aguento mais ficar em casa.
Sua enteada demonstrando total ignorância aduziu:
- Tome cuidado Dona Cida, não tome aquela que vira jacaré, não!
A anciã, perplexa perguntou:
- E qual eu vou tomar se a outra, daquela marca, dizem que dá câncer e ainda vem com o vírus da Aids?
Seu Antônio, marido de Dona Cida que se encontrava em uma cadeira ao lado, ouvindo a conversa, resolveu dar uma lição de sabedoria as duas mulheres:
- Já tomei vacina contra tudo que é doença nesse mundo e nunca perguntei qual era a marca e de que país ela tinha vindo. Nunca peguei varíola, sarampo, meningite, poliomielite e principalmente nunca virei nenhum bicho, tampouco tenho Aids e nem câncer e aqui estou pra contar a história. Deixem de conversa fiada. – falou, caçoando da conversa das duas senhoras.

 





Conto publicado no livro "Por trás dos panos" - Contos selecionados
Edição Especial - Janeiro de 2021

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