Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG

 

 

Meu canto

 

Canto… o canto triste das crianças inocentes
Mutiladas pela guerra e
Entrincheiradas entre adultos indecentes.
-  O canto dos soldados
Que não sonham com a amada
Pois sem cama de campanha.

Canto…O canto agonizante dos rios
Que só de ouvir me causa arrepios.
-  O canto choroso das matas urrrando em chamas…
Labaredas de fogo, como línguas
A lamberem o feio céu cinza.

Mas canto também…
O canto heroico dos anônimos heróis
Para quem a vida é mais que um simples número.
-  O canto alegre do amanhecer de um novo dia
Invadindo com o sol mentes abertas.
-  O canto ousado dos que não sabem cantar.
-  O canto da cotovia, que se ouve ao longe…
Abafado pelo canto misterioso de outros pássaros.
Canto, pois cantar é viver…
Nem que seja para morrer de dor.

O canto do peregrino, em seus passos está
Respirando o pó da estrada, sinto seus acordes.

Canto simplesmente porque não sei falar
E não me conformo  em ter que calar…

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Raízes donde brotam meus versos" - Junho de 2019