Francisco Martins Silva
Uruçuí / PI

 

O jardineiro e a poetisa

 

 

      

Ele apaixonou-se, sentiu seu coração palpitar de amor desde quando viu aquela bela poetisa declamar versos de amor em um sarau na noite enluarada. Desde aquele dia o jovem cavalheiro nunca mais foi o mesmo. Sua atenção era tão grande que a observava em todos os aspectos, em todos os sentidos quando ao recitar um poema de amor, este que, falava até de flores, e isso também lhe chamou a atenção, pois ele é um jardineiro que cuida de um jardim onde há plantas de várias espécies e onde as flores são os adereços que embelezam aquele esplêndido jardim.
O jardineiro viu e sentiu a beleza da poetisa, como também seu perfume, tal como a beleza e o perfume daquelas flores. Entendeu que a poetisa exala em seus versos amor e fragrância e que de sua alma manifesta o mais suave estado de candura tal como as pétalas de uma rosa. Ele convenceu-se que a poetisa é digna de atenção, zelo e amor, e assim, passou a cativá-la, oferecer-lhe flores todos os dias e a nutrir este amor com toda a sua força, e seu empenho para ter sempre flores para oferecê-la, e não deixar um dia sequer a poetisa sem recebê-las, passou então a plantar e a regar mais e mais novas plantas e a colher novas flores para lhe presentear. A poetisa então comovida passou a compor a cada dia novos poemas de amor para a seu amado declamar.

 

 
 
Poema publicado na "Seleta de Contos de Autores Premiados"- Edição Especial - Janeiro de 2017