Suzi Souto
Florianópolis / SC

Apenas Quinho

Quinho era um menino diferente e incomodava muita gente!
Era especial, havia notado dona Rosal, mulher guerreira e que tinha um brilho um tanto emocional. Estava sempre à frente de tudo, dos médicos e fonos para que Quinho tivesse uma vida normal...
Todo dia tinha que recortar a folha que nas mãos de Quinho balançava, balançava... ria, ria com os movimentos. Mas não pensem que sempre era assim! Se a folha quebrasse ou rasgasse... ele chorava, gritava... mas a mamãe entendia e outra folha surgia. Mas os vizinhos...
Quinho não olhava nos olhos, não gostava de abraços e muito menos entrar na fila, mas havia pessoas que não entendiam e nem procuravam entender o que é ser diferente, ah esse deixa de ser...
O tempo foi passando e Quinho foi crescendo, vivia só de arroz e farofa que virava paçoca. Com muita insistência dona Rosal ia dizendo que tinha que comer verde, mas Quinho nem ligava, mas às vezes o cheiro lhe enfeitiçava e dona Rosal lhe agradava!
O menino tinha muita dificuldade com as letras e números e dona Rosal desanimava.
 Mas olha o que aconteceu: uma professora surpreendeu! Dona Rosal até em dúvida ficou, como uma professora podia oferecer tanto amor. Mas a professora já sabia a missão que tinha. Letras e números começaram a dançar, havia mágica no ar.
Quinho até brigava, mas não é que logo depois abraçava. E com surpresa sua família ficou, quando seu nome soletrou.
E essa história apenas começou, mas a professora sua família cativou! E entre encantos e brigas muitas vezes por causa de uma formiga, os números iam entrando e enfileirando na jornada didática do dia.
Então é isso, minha gente, tudo bem ser diferente e não acontece só com essa família, tem até a menina Maria que tem lá uma tia que chupa bico todo dia.
Esse conto não é uma lição de moral, mas é para você ver que até a dona galinha que “bota ovos todo dia”, não tem um que seja igual. E se você perceber que no seu vizinho tem alguém “assim”, não precisa gostar, é só não discriminar, é só respeitar!