Cristina Medeiros da Costa
Ferraz de Vasconcelos / SP

 

Privação

 

E tudo parecia dar errado, pois tudo o que eu queria
era beijar a tua boca.
Mas beber do brilho dos teus olhos assossega
a inquietude de minha alma
Embora não queira me privar de nada na vida
não sei até que ponto posso me arriscar
Sinto medo, medo sim
Por mim e por todos os lados
E que bobagem me levar tão a serio
Que bobagem me limitar o sentir
Sentir o desejo, a atração emoção
Deixar sentir essa vontade que não precisa de nome
E é tão boa
Tão bom sentir o sangue correr
Ferver quente pedindo, gritando, exigindo vida
Então caio naquele jogo inconsciente (ou não)
De querer... Em silêncio
Esperando um fantasioso momento certo que nunca chega
Insegurança, medo?
Medo de afastar repelir
Perder-te ao não ter nem o corpo nem a presença
Desperdício talvez
E eu te quero
Como eu te quero
Quero-te por suas palavras suas ideias
Encanto-me com a intensidade de tuas verdades
Mas quero mais que as palavras
Quero a mulher em ti
O fogo em si
E seria tão fácil dizer que quero beijar a tua boca
Beijar sem pressa, sem medo sem pensar no amanhã.
Mas eu penso demais

 

 

 

 

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Versos nossos que vencem as Severinas" - Março de 2018