Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG

 

 

Tão certo quanto

 


Tão certo quanto os vermes que irão se banquetear
Com o que sobrar de nós, após a partida final.
Tão certo quanto jamais veremos
Aqui da Terra, a face oculta da Lua.
Tão certo quanto um dia, a luz do Sol
Não mais brilhará sobre nossas cabeças.
Tão certo quanto o filho sempre vai querer ver a luz.
Tão certo quanto nunca veremos uma pomba
Acompanhada de seus filhotes
A ciscar o chão, à cata de comida.
Tão certo quanto jamais saberemos
De onde viemos e para onde iremos.
(Faz parte do destino do Universo
Não desvendarmos este mistério).
Tão certo quanto a questão
Sempre será “Ser ou não ser”.
Tão certo quanto o olho que vê coisas inacreditáveis
Sempre vai querer ver mais.
Tão certo quanto o cão fiel
Jamais abandonará seu dono.
Tão certo quanto a pronúncia correta
Da palavra AMOR produz milagres.
Tão certo quanto o milagre
Da vida que o Criador nos presenteia.
Tão certo quanto as diferentes versões da música
Encantam sempre o coração de quem as ouve.
Tão certo quanto as primícias adolescentes
Nos acompanham por toda a vida.
Tão certo, mas tão certo...
Que de tão certo, se torna incerto.

 

 

 

 




Poema publicado no livro "Amor em sol maior".
Edição 2020 - Dezembro de 2020

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