Rosemary Gobbo Duarte
Campinas / SP

 

 

Um cupido "sui generis"

 


             Depois de incontáveis e pequenos esbarrões (sem a menor intenção) ocorridos ao longo dos anos entre Ruy e Clara, velhos colegas de trabalho de uma mesma empresa, um acontecimento inusitado por incrível que isso possa parecer, propiciaria o prelúdio para uma grande paixão.
             Um cenário perfeito, que poderia até compor uma peça teatral com toque misterioso- de suspense, se esse evento não fosse fruto de uma singular coincidência.
             Dois ambientes distintos de trabalho, separados por uma porta (de passagem) onde Ruy e Clara em lados opostos, seguem completamente comprometidos  com as demandas de suas áreas e as rotinas diárias.
             Os dias transcorriam normalmente... e eis que de repente, numa ação rápida e simultânea, os dois tocam a maçaneta (puxador) da referida porta que se abre subitamente, como num passe de mágica, produzido por um agente alado (metafórico).    
             Ambos, em sobressaltos, olham-se fixamente muito além dos olhos,  como se nunca estivessem presentes anteriormente, em lugar algum - meros desconhecidos querendo entender o que estava acontecendo... e uma silenciosa pausa faz-se necessária, para que seus sentidos possam ser recompostos naquele momento.
             Após instantes de êxtase e deleite, Ruy e Clara conseguem interagir...   Sorrisos meio tímidos- acanhados, um consentido aperto de mãos, uma incontida aproximação (de corpos) e logo percebem que algo muito forte-intenso e insólito nascia entre eles.
             Seus corações foram alvejados por um cupido “sui generis”, que viria marcar para sempre o destino daqueles até então, apenas colegas de trabalho, numa bela e inesquecível história de amor.  

 

 

 




Conto publicado no livro: "Sortilégios"- Edição 2021
Fevereiro de 2022

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