Maria José Zanini Tauil
Rio de Janeiro / RJ
Bom-dia, ano dois mil e vinte dois!
Acordei meio atordoada com esse barulhinho de chuva. Pois é! Começaste lavando a alma da gente! Vontade de ficar na cama, mas...(que chato!) tem o almoço com a turma do condomínio, em tua homenagem. Começo bem o ano, elevador enguiçado! Lá vou eu, carregando o presente do amigo oculto, escada abaixo, sem a mínima vontade de ir. Creio que não te encontrarei num cestinho de recém-nascido, choramingando, só de fraldas, por causa do calor, e aquela dona chata, do apartamento 2022, tentando enfiar uma chupeta na tua boca.
O pessoal da organização do evento se deu mal. Tiveram que improvisar nos salões de festas e sobre os pilotis dos prédios. Pobres garçons, correndo com bandejas, pra lá e pra cá, tendo que atravessar na chuva. Confesso, ano novo, que te procurei. Queria dar um abraço, fazer uma média e contar as minhas expectativas para o decorrer da tua infância, adolescência, fase adulta e velhice. Quero estar viva quando deres o último suspiro, afinal, são só trezentos e sessenta dias de responsabilidades e depois, nunca mais nos veremos.
Sabe, lá embaixo foi ficando meio chato. O pessoal se anima com a cara cheia e eu não bebo. Saí de fininho e voltei para o meu paraíso. Ligo a tevê para ver o meu seriado (no ou na Netflix?) Boa pergunta! Consulto o Google. Ele sempre sabe tudo. Encontrei a seguinte explicação: É "a" Netflix, e não "o" Netflix. Enquanto boa parte chama de “a Netflix”, outros usuários acham correto utilizar a opção “o Netflix”, com a justificativa de que, por ser um “serviço”, o artigo a ser utilizado também deve estar no masculino. Amo seriados turcos, Eles estão dando um olé em Hollywood. Os muito bons estão no yutube. A Netflix , notando a procura dos usuários, tem lançado muitos, mas de qualidade duvidosa.. O que é aquele “Intersection”? Eles matam a mocinha, que tinha uma tremenda química com o belo Ali Nejat, enfiam goela abaixo da gente uma atrizinha . kkkkkkkkkkkk. Mais uma! A palavra apareceu sublinhada de vermelho. Volto ao Google. Fico sabendo que não existe “atrizinha”. Devemos dizer “pequena atriz”, pois é um diminutivo analítico.
Vou te contar! Tá chato! Esse primeiro dia tá muito chato! Daí, já que não te encontrei na confraternização, resolvi escrever. O que espero de ti? Por favor, não me desapontes!
Não quero um príncipe de cavalo branco, acordando-me com um beijo, até porque nem tenho mais idade para esses sonhos adolescentes. Mas aí está o grande sarro de tirar uma onda de escritor, de poeta, de compositor, etc. A gente é o que quiser nos nossos escritos. Posso protagonizar uma donzela virgem apaixonada, ou uma quarentona sexy, com experiência para deixar até os rapazinhos imberbes cheios de tesão.
Olha, (no imperativo!) – Sim ! É “olha” e não “olhe,” pois estou te tratando de “tu”. Sinto-me íntima, afinal, depois de tanta conversa fiada, já nos tornamos amigos.
Pelo amor de Deus! Leva essa peste de coronavírus embora! Não dá mais! Os chineses querem exterminar parte da humanidade para controlar o planeta? Querem se apoderar também do Brasil? Que se danem! Nem quero saber se isso é lenda ou se estou ferrada porque tomei três doses de uma vacina experimental. Meu amigo Marco Vinícius também tomou. Estava feliz e se sentindo salvo. Pegou covid e morreu, cara! Ainda acho que prevenção é o melhor remédio. Posso sofrer consequências futuras? Acho que não tenho mais tanto futuro à frente. Caramba ! Mas e meus netos? Será isso mito? Falando em mito... Achas que o Bolsonaro ganha as eleições?
Paro por aqui...deu vontade de ir ao banheiro.