Márcia Ayres Dugo
Monte Alegre do Sul  / SP

 

 

 

Sonhos parados no tempo

 



          Pra onde foram os sonhos que não vivi?
          Na rua que desviei?
          No sabor que não provei?
          No tecido que alinhavei?

          Guardados estão na Rua da Aliança entre a mente e o coração! 
          Em uma casa, aguardam o Sr Tempo, na esperança do sonho realizar...
          Lá,  adormecido meu sonho só sonha, seu momento de voar...
          Minha mente resolve participar e ao coração  pergunta: 
          - Na chance, qual deles, hoje gostaria de despertar?
          Ele que não pensa, logo responde: - Sem dúvida,  o que mais forte me fizer pulsar...
          A mente insatisfeita calou-se, por saber que não adiantaria insistir com um coração que não existe pra pensar!

          Nessa casinha,  onde meus sonhos dormem, as paredes são transparentes,  o que confundi mais ainda a mente,  que não entende o que ali fazem e questiona: - Sonho que só se sonha, deveriam ser dispersos no ar  pra outro poder sonhar e tentar realizar! Vamos,  esqueça-os! Constantemente diz a minha mente!
          Ora! Deixe esse papo pra quem entende, 
se ri o coração e responde: - Sonho é intransferível e único...           De outro não pode ser!
          Deixe-os na Paz do tempo de cada um... Até  seu dia de acontecer!
          Mente, lembre sempre o que direi, 
nunca apresse um sonho... Cada um tem sua hora e lugar pra se reinventar...
Um sonho não fica parado no tempo... O seu movimento é esperar... De esperançar!

 


 




Conto publicado no livro "Sonhos parados no tempo " - Contos selecionados
Edição Especial - Novembro de 2020

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