Lourdes de Oliveira Silva
Capanema / PA
As travesssuras de Bau
Bau, era seu apelido. Filho de Francisco Borges da Silva e Maria José Borges, residentes no município de Igarapé-Açu, estado do Pará. Bau estudava em uma escola distante de sua residência quatro quilômetros, na Base Aérea de Igarapé-Açu. Bau era um menino muito esperto e tinha muitos amigos. Um dia, dois deles se reuniram e decidiram que a partir de então, tornariam menos cansativo o percurso de suas residências à escola. Ficou acordado entre eles que passariam sabão nos trilhos por onde o trem passaria para que eles pudessem morcegar, ou seja, o trem ficaria deslizando e assim amorteceria a velocidade e eles embarcariam para irem à escola, já que o mesmo passava em frente à Base.
Diariamente, pela manhã e à tarde, passavam sabão em um percurso significativo para surtir efeito positivo a seu favor.
Bau e Bocage eram os responsáveis pela proeza.
Andavam com pedaços de sabão no bolso. Logo cedo iniciavam a façanha, passando sabão nos trilhos e quando o trem aparecia ficavam felizes, pois não precisariam andar mais quatro quilômetros para chegarem à escola.
Após as aulas ficavam esperando o retorno do trem para voltarem às suas casas e até os professores que moravam distantes na mesma direção se deliciavam morcegando o trem.
Os meninos não eram chamados atenção por serem filhos de funcionários da Estrada de ferro de Belém-Bragança e Bocage era filho do Telegrafista da Estação Ferroviária de Igarapé-Açu.
Mas, não parou por aí. Uma senhora conhecida por Dona Benta, vendia tacacá debaixo de uma mangueira bem na frente da escola. Um belo dia, Bau e Bocage combinaram de jogar mangas dentro das panelas de dona Benta. Subiram na mangueira, cada um pegou uma manga e jogaram: uma na panela de tucupi e outra na panela de goma, espalhando a bebida para todos os lados, dando um banho em dona Benta que pensa até hoje, que as mangas caíram naturalmente dentro de suas panelas.
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