Alberto Magno Ribeiro Montes
Belo Horizonte / MG

 

 

O Universo

 

          Gosto de ficar admirando o céu, principalmente à noite. Quando eu era adolescente, na década de 60, o céu noturno de Belo Horizonte era lindo! Miríades de estrelas! Era só olhar para cima e se deslumbrar com as constelações que bailavam no negro manto da noite: Cruzeiro do Sul…Três Marias…e tantas mais.  A Via Láctea bem ao alcance de meus olhos ávidos por mistério e beleza. Com o crescimento da cidade, as luzes das estrelas foram se apagando aos poucos, como se fossem lampiões e hoje quase não as vemos mais…mesmo numa noite sem nuvens. Num ponto alto  qualquer da cidade, observamos que muitas estrelas desceram para o chão…por isso atualmente, dificilmente as vemos no espaço. Belo tempo de estrelas, que povoavam minha imaginação.
            Sempre fui fascinado pelo Universo e seus mistérios! O que me intriga mais nele, é o fato dele ser infinito. Se pensarmos bem, pela lógica, ele deveria ter um final, mas ao mesmo tempo não pode ter, pois senão, o que haveria depois desse fim? Um grande vazio, dirão alguns. Mas o vazio também ocupa espaço. E se não há um fim, fica ainda mais difícil de compreender, se pensarmos que isso não se dá apenas numa direção, mas sim em todas… Acho que temos que nos consolar, admitindo que essa obra maior de Deus foge à compreensão humana.
            Acho impossível, diante da infinitude do espaço, que somente aqui, neste grão de areia na imensidão do cosmos, possa existir vida (inteligente ou não). E ao contemplar tantas estrelas no firmamento, ficava pensando em como outros mundos seriam, se teriam alguma semelhança com a Terra, ou se completamente diferentes… Qual a forma de seus habitantes, seus hábitos, cultura, etc, etc, etc… Acredito que existam inúmeros planetas habitados, alguns inferiores ao nosso e outros, altamente evoluídos, de onde partem os discos voadores. Somente pelo fato desses discos existirem, já fica comprovado que existem seres superiores a nós, pois ainda não realizamos a façanha de visitar outros mundos, em diferentes sistemas… Acredito ainda, que esses seres evoluídos ainda não fizeram contato de forma ampla conosco, por saberem que ainda não estamos preparados para recebê-los. Não nos entendemos nem com nossos semelhantes aqui em nosso lar (único por enquanto, no Universo), cheio de fronteiras, preconceitos e violências de todos os tipos! Creio que esses indivíduos, mais elevados que nós em inteligência e tecnologia, sejam em sua maioria pacíficos, pelo seguinte motivo: se eles fossem do mal, com o conhecimento que possuem, já teriam nos destruído…Por enquanto eles só nos “espiam”, acompanham nossa evolução de longe, ou mesmo vêm aqui, se infiltram entre nós, na forma humana, sem se identificar. Quem sabe, daqui a muitos anos (talvez milhares…), estejamos prontos para recebê-los! No atual estágio em que nos encontramos, isso causaria uma catástrofe: seriam recebidos com mísseis e o revide seria desastroso para nós. Aqui na Terra, se, por exemplo, um avião entra no espaço aéreo de outro país, sem autorização, as consequências são terríveis… 
            Creio também que existam seres extraterrestres, que abduzem humanos para experiências (sejam eles bons ou maus). Credito muitos desaparecimentos misteriosos de pessoas a isso. E existem vários relatos disso, dentro da Ufologia. Eles têm condições de nos exterminar, porém acredito que não seja essa a intenção deles, por motivo que desconhecemos. Talvez para eles a Terra seja um imenso laboratório de pesquisas, que precisa ser preservado (se a favor somente deles ou também de nós, não temos como descobrir).
            Por duas ocasiões, ainda em minha adolescência, presenciei o mesmo fenômeno anormal, à noite, no bairro onde eu morava, que ninguém me tira da cabeça, que era um disco voador, totalmente diferente dos tradicionais. Esse OVNI, foi a coisa mais intrigante que já vi na vida: ao olhar para o céu, de repente chamou-me a atenção uma luz, parecida com uma bolinha ou pequena lâmpada redonda, de cor branca, tipo uma estrela, que estava descendo lentamente do céu, verticalmente. Se aquela luz estivesse se movendo horizontalmente, julgaria trata-se de um satélite artificial ou mesmo de um balão meteorológico, mas para meu espanto, ela fez um trajeto de descida na vertical e bem devagar. Acompanhei sua trajetória, pensando que num determinado momento a mesma poderia parar ou tomar outra direção, mas não, para meu espanto, continuou descendo até cair no chão, num lote vago, no meio do mato. Não houve explosão, barulho, nem aumento de luminosidade. Por nada neste mundo eu teria coragem de ir até o local do pouso, para tentar descobrir que diabo era aquilo. E se do disco (imaginei logo tratar-se de um mini disco voador) saíssem ET’s e me abduzissem? Não corri, nem me descontrolei, apenas continuei seguindo meu caminho, pensando naquilo, sem ter até hoje conseguido decifrar o acontecido. E como eu estava sozinho, em ambas as ocasiões, não há testemunha alguma de minhas visões.
            Naquela época, compartilhei com um vizinho esses meus devaneios sobre os mistérios e belezas do Universo (sem mencionar o episódio do mini disco voador) e ele então falou que eu deveria parar de pensar nessas coisas, pois senão ficaria LOUCO!
            NUNCA deixei de pensar e hoje, com meus mais de sessenta anos, continuo deslumbrado com essa perfeição que é o Universo. Contrariando meu vizinho, JAMAIS DEIXEI DE PENSAR, E… NÃO FIQUEI LOUCO!!!  
         

 

 

 
 
Poema publicado no livro "Textos de Grandes Autores" - Novembro de 2017