José Faria Nunes
Caçu / GO
Poema reflexo
“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Frase ideológica de ontem e de hoje a ostentar
tempos de arbítrio do invasor de além-mar,
do colonizador; frase de contexto atual
a perdurar em significativa fração
dos meandros superiores da política e do capital,
como o foi em pretéritos tempos de dominação.
Nas mentes revive o brado nativista,
o brado do inconfidente das Minas Gerais,
da nação dos Palmares, dos Balaios,
dos Mascates, dos Farrapos, o brado
de tantos que sonharam com a Pindorama
livre de corrupção, de desvios de bens
da res-pública em proveito de poucos.
Que ressoe ainda hoje o brado retumbante
dos filhos desta terra, na busca de se aniquilar
a sanha dos abutres da corrupção, algozes
de almas indigentes que permanecem na orfandade
à margem da educação, da segurança, de vida
digna, vítima de “enes” matizes de violência.
Que o brado retumbante das margens plácidas
traga o sol da liberdade plena, ainda que tardia,
e se faça já no limiar do bicentenário desta nação
miscigenada e de sonhos mil, para que,
sem mácula, possa brilhar o pendão auriverde
da esperança, e assim podermos regozijar:
somos nação de progresso, solidariedade e paz.
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